O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, está doente demais para participar nesta quinta-feira, 30, em Londres, da audiência sobre o pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, segundo seu advogado, Gareth Peirce. Assange deveria testemunhar às autoridades americanas por videoconferência, diretamente da prisão britânica em que está detido desde o dia 11 de abril.
Na ocasião, o jornalista de 47 anos preso na embaixada do Equador em Londres, onde estava refugiado há sete anos. Os Estados Unidos estão pedindo sua extradição com base em 18 acusações criminais abertas contra ele no país, que podem resultar em décadas de prisão.
“Na verdade, ele está longe de estar bem”, declarou Peirce. A juíza britânica Emma Arbuthnot, responsável pelo caso no Tribunal de Magistrados de Westminster, confirmou a versão, dizendo que o réu “não está muito bem”. O diagnóstico não foi divulgado.
Em nota anônima, os atuais administradores do WikiLeaks se disseram preocupados com a saúde de Assange, informando que ele foi transferido para uma enfermaria da prisão de Belmarsh.
“Durante as sete semanas em Belmarsh, sua saúde continuou a se deteriorar, e ele teve uma perda drástica de peso”, acrescentou o site em um comunicado. “A decisão das autoridades prisionais de transferi-lo para a enfermaria fala por si só.”
Agora, a próxima audiência sobre o pedido de extradição americano está marcada para dia 12 de junho.
Acusações
Assange, que passou quase sete anos abrigado em salas apertadas da embaixada do Equador em Londres, disse várias vezes que teme ser extraditado aos Estados Unidos.
Seus admiradores o veem como um herói por ter exposto o suposto abuso de poder de Estados modernos e por defender a liberdade de expressão. Já seus críticos o retratam como uma figura perigosa, cúmplice de esforços russos para minar o ocidente e a segurança norte-americana, negando que ele seja um jornalista.
No início deste mês, Assange foi condenado a 50 semanas de prisão por um tribunal britânico por violar a condicional com seu refúgio na embaixada equatoriana.
Washington acusa o australiano de espionagem, dizendo que ele publicou ilegalmente os nomes de fontes confidenciais, conspirando e auxiliando a ex-analista de inteligência do Exército Chelsea Manning a obter acesso a informações confidenciais.
O WikiLeaks revoltou Washington ao publicar centenas de milhares de documentos diplomáticos e militares confidenciais dos Estados Unidos, expondo avaliações críticas de líderes mundiais, como o presidente russo, Vladimir Putin, e membros da família real saudita.
(Com Reuters)