Prefeito da cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, Vadym Boichenko afirmou a jornalistas nesta segunda-feira (28) que a região está sob controle de tropas da Rússia.
A afirmação acontece após uma semana de cerco violento empreendido pelos invasores e que arrasaram boa parte da cidade.
Segundo agências humanitárias, a destruição é tamanha que ainda não é possível saber o número de vítimas.
“Infelizmente, hoje estamos nas mãos dos invasores”, afirmou Boichenko.
Boichenko apelou pela “evacuação completa” da população restante de Mariupol, que antes da ocupação era estimada em 400.000 habitantes.
“Segundo nossas estimativas, cerca de 160.000 pessoas ainda estão sitiadas em Mariupol. Hoje, é impossível sobreviver porque não há água, eletricidade, aquecimento ou internet”, disse. “É realmente aterrorizante”.
Segundo autoridades municipais, 90% dos prédios da cidade foram atingidos pelos bombardeios iniciados em 24 de fevereiro. Destes, 40% sofreram destruição total.
Sete dos hospitais da cidade – ou 90% da capacidade hospitalar – foram danificados. Desses, três foram destruídos.
Também foram danificadas três maternidades, sete institutos de ensino superior, 57 escolas e 70 jardins de infância.
“Precisamos de uma evacuação completa de Mariupol”, disse Boichenko.
“Nossa missão mais importante hoje é salvar vidas. Há 26 ônibus que precisam ir a Mariupol para evacuar, mas infelizmente não receberam permissão para se deslocar”, afirmou o prefeito.
“Nossos heróicos motoristas estão sob fogo cruzado tentando chegar a Mariupol. A Rússia tem jogado contra nós desde o primeiro dia”, garantiu.