O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, afirmou à emissora americana CNN na quarta-feira 2 que uma retaliação ao maior ataque do Irã contra o território israelense acontecerá “em breve”.
De acordo com Danon, o gabinete de guerra de Israel “não vai ficar de lado” e está avaliando as possibilidades de resposta ao lançamento de mais de 180 projéteis iranianos contra o país na terça-feira, poucas horas depois de Israel começar o que chamou de incursão terrestre “limitada” ao sul do Líbano. Alguns dos mísseis chegaram a causar impactos diretos em áreas do centro e do sul de Israel, mas não há relatos de feridos ou mortos.
“Acho que eles sabem que temos a capacidade de chegar a qualquer destino no Oriente Médio e cabe a nós decidir como fazê-lo e o que atingir.”
Danon afirmou que Israel não deseja uma escalada do conflito no Oriente Médio, mas que seu país retaliará contra os lançamentos realizados pelo Irã, ressaltando a necessidade de uma “resposta calculada” para evitar uma guerra total.
“É melhor eles olharem para o que aconteceu em Beirute e em Gaza antes de começarem uma guerra conosco”, completou ele em tom de ameaça.
Em resposta à declaração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que não apoia possíveis ataques israelenses a instalações nucleares no Irã, o embaixador de Israel enfatizou que “deve ser responsabilidade dos EUA e de outras democracias ocidentais impedir que o Irã alcance capacidades nucleares, caso contrário, será tarde demais”.
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Troca de ameaças na ONU
Durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a situação no Oriente Médio na quarta-feira, Danon declarou ainda que as “consequências que o Irã enfrentará por suas ações serão muito maiores do que eles jamais poderiam imaginar.”
O embaixador do Irã na ONU, Amir Saied Iravani, por sua vez, afirmou que o ataque com mísseis contra Israel tinha como objetivo “restaurar o equilíbrio e a dissuasão”. Ele disse que uma escalada do conflito poderia ser evitada se Israel colocasse um fim na guerra em Gaza e nos ataques ao Líbano.
“O Irã está totalmente preparado para tomar outras medidas defensivas, se necessário, para proteger seus interesses legítimos e defender sua integridade territorial e soberania contra quaisquer atos de agressão militar e o uso ilegal da força”, disse ele.
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Segundo a Guarda Revolucionária do Irã, o ataque de terça-feira foi uma retaliação pela morte dos líderes do Hezbollah e do Hamas em bombardeios israelenses no Líbano e em território iraniano.
Israel vem intensificando seus ataques ao Líbano, tendo matado cerca de 1.000 libaneses, incluindo mulheres e crianças, e vários comandantes do Hezbollah nas últimas duas semanas. No sábado, o Hezbollah confirmou a morte de Nasrallah durante um ataque aéreo em Beirute no dia anterior. Ele esteve na liderança do Hezbollah desde 1992 e foi o responsável por levar o grupo para a vida política do Líbano.