A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, afirmou a segunda-feira 12 que o candidato Edmundo González assumirá como novo presidente da Venezuela em 10 de janeiro, data em que termina o atual mandato do presidente Nicolás Maduro.
“González será o novo chefe de Estado e comandante das Forças Armadas venezuelanas, e isso dependerá do que todos nós fizermos, os venezuelanos dentro e fora do país”, disse María Corina. “Depende que essa força, organização convicção e compromisso que empregamos nos últimos meses e que teve vitória contundente se mantenha forte e crescendo. E por isso sei que em 10 de janeiro teremos um novo presidente”.
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A fala se dá em meio às tensões envolvendo o pleito venezuelano, que completou duas semanas no domingo 11. Na madrugada de 29 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país anunciou a vitória de Maduro, mas até agora não apresentou os dados detalhados por mesa de votação.
A indefinição eleitoral no país segue promovendo um estado de caos político. Os dados mais recentes, da última terça-feira, contabilizam ao menos 24 mortos e 2.200 detidos nos protestos que eclodiram após o anúncio de reeleição de Maduro. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou nesta terça profunda preocupação com o elevado número de “prisões arbitrárias” e o “uso desproporcional” da força para reprimir manifestantes que foram às ruas contra a reeleição de Maduro.
A oposição denunciou fraudes e afirmou estar em posse de 80% das atas, que comprovariam a vitória de Urrutia. O governo nega as irregularidades e classifica as provas como falsas. Segundo CNE, Maduro foi eleito com 51,2% dos votos, enquanto González ficou com 44%. Já a contagem paralela, apresentada pela oposição, coloca González como vencedor do pleito com 67% dos votos.
No sábado, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano informou que iniciou uma auditoria das eleições. A presidente da corte, Caryslia Rodríguez, afirmou que a decisão sobre a legitimidade do pleito terá “caráter inapelável” e será de “cumprimento obrigatório”.
O TSJ é alinhado ao chavismo e realizará a perícia a pedido do próprio Maduro.