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Egípcios votam em referendo que pode prorrogar mandato de Sisi até 2030

Serão três dias de votação de um pacote de emendas constitucionais que também vai conceder ainda mais poderes militares ao governante

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 20 abr 2019, 20h38 - Publicado em 20 abr 2019, 18h15
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  • Os egípcios vão às urnas neste sábado, 20, no primeiro de três dias de um referendo sobre um pacote de emendas constitucionais que poderá prorrogar o mandato do presidente Abdel Fattah Khalil Sisi até 2030, além de conceder ainda mais poderes militares ao governante. O período mais prolongado de votação tem como objetivo permitir a maior participação da população, o que segundo o governo deve conceder mais legitimidade ao referendo.

    Críticos tem alertado que as mudanças propostas representam um grande passo na direção de um governo talvez ainda mais duro que o do autoritário ex-ditador Hosni Mubarak, que após quase três décadas no poder teve de deixar o cargo no ano de 2011 em meio a um levante popular.

    O referendo nacional acontece ainda em meio a um racha sem precedentes entre os partidos dissidentes. O governo de Sisi prendeu centenas de pessoas, a maior parte de movimentos islâmicos, mas também ativistas seculares proeminentes, e retirou liberdades conquistas oito anos atrás.

    Mahmoud Sherif, porta-voz da Autoridade Nacional das Eleições, disse que mais de 61 milhões de pessoas estão aptas a votar. Os resultados devem ser divulgados em um semana, afirmou Sherif durante coletiva de imprensa.

    Segurança reforçada

    Forte segurança policial e do exército foi relatada nos arredores dos postos de votação por todo o país. Do lado de fora de um centro de votação próximo das pirâmides de Gizé, um grupo de pouco mais de 20 pessoas, a maior parte mulheres idosas, esperavam em uma fila para votar.

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    Haja Khadija, uma dona de casa de 63 anos, disse que compareceu para votar em nome da “segurança e estabilidade” do país. “Amamos Sisi. Ele fez muitas coisas. Ele aumentou nossas aposentadorias”. Já Omar Knawy, escritor de romances, votou “Não” no referendo. Ele é contra a maior parte das mudanças propostas, mas em especial a que permitiria a Al-Sisi permanecer no poder além do seu atual segundo mandato de quatro anos. Knawy também se opõe aos artigos que delegariam aos militares o papel de “guardiães e protetores” do estado, da democracia e da constituição do Egito.

    Ao depositar seu voto na urna neste sábado, o primeiro-ministro Mustafa Madbouly incitou a população a comparecer. Segundo ele, votar refletirá “a atmosfera de estabilidade e democracia que estamos testemunhando agora”.

    De acordo com a TV estatal, Sisi deve votar no distrito de Heliópolis, no Cairo, região próxima do palácio presidencial. O chefe de estado, que tem repetidamente afirmado que não ficará no poder mais tempo do que o povo desejar que fique, não fez comentários sobre as emendas que permitiriam prorrogar seu mandato.

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