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“Ela vivia com medo”, diz mãe de brasileira morta na Nicarágua

A estudante de Medicina Raynéia Gabrielle Lima, de 31 anos, morreu com um tiro no peito na noite de segunda-feira em Manágua

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 jul 2018, 18h50 - Publicado em 24 jul 2018, 18h21
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  • Raynéia Gabrielle Lima (Reprodução/Facebook)

    A mãe da brasileira Raynéia Gabrielle Lima, estudante de medicina assassinada a tiros na noite de segunda-feira 23 em Manágua, na Nicarágua, afirmou que sua filha “vivia com medo” no país e muitas vezes só saía na rua escoltada pelo namorado.

    Segundo a enfermeira aposentada Maria José da Costa, Raynéia voltaria ao Brasil assim que terminasse sua residência, em maio de 2019. “Minha filha era pacata, só estudava, estudava para salvar vidas. E agora tiraram a vida dela”, disse a VEJA.

    A mulher de 31 anos, estudante do sexto ano da Universidade Americana (UAM), morreu com “um tiro no peito que afetou o coração, o diafragma e parte do fígado”, disse o reitor da instituição, Ernesto Medina, ao canal 12 da televisão local.

    De acordo com Maria, a filha havia saído do hospital onde fazia residência na noite de segunda e foi até a casa de uma amiga. No caminho de volta para sua casa, foi atingida por um tiro de grosso calibre e bateu o carro em seguida.

    Ela estava sozinha no veículo, mas seu namorado a acompanhava em seu próprio carro logo atrás. Ele a levou para o Hospital Militar, mas a estudante não resistiu e morreu duas horas depois.

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    Raynéia se mudou para a Nicarágua em 2013 com seu marido e os sogros. Ela se divorciou depois de aproximadamente três anos no país, segundo seu pai, Ridevando Pereira, explicou a VEJA. Os pais ficaram sabendo da morte da filha na manhã desta terça-feira (24), por meio dos ex-sogros.

    “Desde então entrei em desespero e só consigo chorar”, diz Maria José. “Ela tinha um sonho de ser médica, que agora acabou. Acabou o meu sonho também”.

    O assassinato ocorre em meio a uma crise política no país, instaurada desde abril, quando começaram as manifestações contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Daniel Ortega. O projeto foi abandonado, mas, mesmo assim, os protestos continuaram para pedir a renúncia do presidente.

    Os últimos relatórios de organizações humanitárias locais e internacionais mostram que a repressão governamental aos protestos já deixou mais de 351 mortos, mas o número foi divulgado há duas semanas e já está desatualizado.

    O reitor Ernesto Medina culpou grupos paramilitares pelo assassinato de Raynéia. Segundo ele, alguns membros do grupo armado estavam na noite de segunda nas redondezas de onde a estudante morava, ao sul da capital nicaraguense.

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    “As forças paramilitares sentem que têm carta branca, ninguém vai dizer nada a eles, ninguém vai fazer nada, [enquanto] eles andam sequestrando e matando”, denunciou o reitor.

    Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro voltou a condenar “o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança”.

    “O governo brasileiro exorta as autoridades nicaraguenses a envidarem todos os esforços necessários para identificar e punir os responsáveis pelo ato criminoso”, diz o comunicado.

    A mãe de Raynéia, contudo, diz que ainda não foi contatada pelas autoridades brasileiras e que espera respostas sobre o que aconteceu.

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