Elizabeth Warren defende Glenn Greenwald: ‘Bolsonaro busca retaliação’
MPF denunciou jornalista, que revelou o escândalo Vaza Jato, por associação criminosa, interceptação telefônica e invasão de celulares
A senadora americana e pré-candidata democrata à Casa Branca Elizabeth Warren saiu em defesa do jornalista Glenn Greenwald, acusado pelo Ministério Público Federal do Brasil de crimes de associação criminosa, interceptação telefônica e invasão de dispositivo informático alheio. Nesta sexta-feira, 24, Warren disse que o governo brasileiro está retaliando Greenwald e exigiu o fim de seus ataques à imprensa.
“O governo Bolsonaro está buscando retaliação estatal contra Glenn Greenwald por causa de seu trabalho como jornalista para expor abusos e corrupção públicos. O Brasil deve suspender as acusações imediatamente e interromper seus ataques contra a imprensa livre e aberta.”
Em resposta à democrata, Greenwald escreveu no Twitter: “Obrigado, Senadora”.
O co-fundador do site internacional The Intercept e editor do site Intercepet Brasil foi acusado na terça-feira 21 na Operação Spoofing, que investiga a atuação de hackers nas invasões de aplicativos de mensagens de autoridades da República.
Responsável por revelar o escândalo da Vaza Jato, o jornalista americano havia sido isentado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que proibiu a Polícia Federal de investigar o jornalista no “exercício regular de sua profissão”.
Contudo, segundo procurador Wellington Divino de Oliveira, foi encontrado um áudio de conversa entre Greenwald e o estudante Luiz Molição, integrante da quadrilha de hackers, em que o jornalista orienta o grupo a apagar as mensagens trocadas entre eles. Para Oliveira, o diálogo caracteriza “clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos”.
Warren tem na defesa da imprensa livre um dos motes de sua campanha e prepara-se para as eleições primárias do Partido Democrata no estado de Iowa, marcadas para o dia 2 de fevereiro. Seu rival republicano e atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é conhecido por tachar os meios de comunicação críticos como “falsas”, “lixos” e “terríveis”.