Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Em 1934, independência da Catalunha durou apenas 10 horas

A Espanha aguarda o anúncio do presidente catalão, Carles Puigdemont, que pode declarar a separação unilateral nesta terça-feira

Por Da redação
Atualizado em 10 out 2017, 12h41 - Publicado em 10 out 2017, 12h28

Há 83 anos, a região da Catalunha viveu uma brevíssima proclamação como Estado. Em 6 de outubro de 1934, tempos da II República, o presidente do governo autônomo catalão, Lluís Companys, proclamou um “Estado Catalão da República Federal Espanhola”. Dez horas e dezenas de mortos mais tarde, Companys se rendia.

No momento da proclamação, os partidos de esquerda haviam lançado uma “greve geral revolucionária” para protestar contra a entrada no governo de três ministros de uma coalizão de partidos conservadores: a Confederação Espanhola de Direitas Autônomas (Ceda). “Nesta hora solene, em nome do povo e do Parlamento, o Governo que presido assume todas as faculdades do Poder na Catalunha, e proclama o Estado Catalão da República Federal Espanhola”, alardeou Companys do balcão da Generalitat, sede do governo catalão no centro de Barcelona.

“Ao estabelecer e fortificar a relação com os dirigentes do protesto geral contra o fascismo, convida-lhes a estabelecer na Catalunha o governo provisório da República”, completou.

Por um lado, aparentemente, Companys não havia consultado os líderes da greve geral. Por outro, a II República espanhola não era federal. Já antes, sem esperar a aprovação da Constituição em dezembro de 1931, a Catalunha, autoproclamada República, havia tentado adquirir um estatuto de autonomia compatível apenas com um modelo de Estado federal.

Diante da declaração da Companys, a resposta de Madri não demorou. O comandante militar da Catalunha, general Domingo Batet, recusou-se a ficar sob as ordens da Generalitat e, após consultar o chefe de governo em Madri, proclamou o Estado de guerra.

Um soldado de Infantaria foi morto por um miliciano, e o Exército respondeu com disparos de canhão. Os confrontos à noite deixaram entre 46 e 80 mortos, segundo os historiadores. Às 6h de 7 de outubro, dez horas depois da proclamação, Companys comunicou sua rendição ao general Batet. Ele foi detido junto com membros seu governo e vários deputados. Sua foto atrás das grades deu a volta ao mundo.

Em 14 de dezembro, uma lei suspendeu indefinidamente a autonomia da Catalunha.

Refugiado na França após a Guerra Civil (1936-1939), Companys foi preso pelos alemães em 1940 e entregue ao ditador Francisco Franco. Foi fuzilado em 15 de outubro no castelo de Montjuïc, em Barcelona. Com o tempo, viria a se tornar um herói para os separatistas catalães e, hoje em dia, dá nome a uma central avenida em Barcelona leva seu nome.

Continua após a publicidade

É justamente nessa avenida que se concentrarão os partidários da secessão, durante o discurso que Puigdemont fará hoje no Parlamento catalão, no Parque de la Ciutadella, a partir das 16h (13h, horário de Brasília).

(com AFP)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

a partir de 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.