Em campanha de pressão, EUA anunciam sanções contra 18 bancos iranianos
Governo americano não mencionou acusações específicas; Ação pode isolar em grande parte o país de 80 milhões de pessoas do sistema financeiro mundial
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira, 8, sanções econômicas contra os 18 principais bancos do Irã, endurecendo a campanha de “pressão máxima” da Casa Branca contra o regime de Teerã.
“A ação de hoje para identificar o setor financeiro e sancionar dezoito grandes bancos iranianos reflete nosso compromisso de impedir o acesso ilícito a dólares americanos”, disse o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin. A ação contra os principais bancos pode isolar em grande parte o país de 80 milhões de pessoas do sistema financeiro mundial.
O governo do presidente Donald Trump não mencionou acusações específicas contra a maioria dos bancos, mas declarou em aspecto geral que todo o setor financeiro iraniano pode ser usado para apoiar o programa nuclear de Teerã e sua “maligna influência regional”.
“Nossas sanções continuarão até que o Irã pare de apoiar atividades terroristas e seu programa nuclear”, afirmou Mnuchin.
O Departamento do Tesouro isentou as transações de bens humanitários como alimentos e medicamentos.
Diplomatas europeus, no entanto, consideram que as sanções dos Estados Unidos têm consequências humanitárias, já que poucas instituições de outros países estão dispostas a assumir os riscos de uma ação judicial na maior economia do mundo.
O Departamento do Tesouro aplicará as sanções em 45 dias, dando às empresas tempo para encerrar as transações no Irã. O prazo provavelmente dará uma chance de aguardar o resultado das eleições presidenciais americanas, em 3 de novembro. Líder em pesquisas de opinião, o candidato democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden, apoia o retorno à diplomacia com Teerã.
Trump, por sua vez, tem seguido a política de “pressão máxima” para controlar o Irã, rival de aliados como Arábia Saudita e Israel. O governo do republicano se mobilizou para impedir todas as exportações de petróleo iraniano, ignorando um acordo negociado com o ex-presidente Barack Obama, através do qual o Irã reduziu seu programa nuclear.
Desde que a Casa Branca abandonou o acordo nuclear em 2018 e retomou as sanções, as tensões entre Estados Unidos e Irã voltaram a crescer no Oriente Médio. Devido ao cerco comercial, os iranianos sofreram com a alta da inflação e desemprego, enquanto o regime busca, por meio da diplomacia, isolar os americanos.