O ministro da Defesa colombiano Diego Molano informou neste domingo, 29, data do primeiro turno das eleições presidenciais no país, que foram registradas pelo menos três explosões nas regiões de Cartagena del Chairá, El Retorno e na área rural de La Catalina, em San José del Guaviare. O governo atribui os episódios a iniciativas da força dissidente das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) contra agentes de segurança nacional em resposta à informação do governo local de que o líder do grupo e figura histórica na guerrilha colombiana, Gentil Duarte, morreu nos últimos dias na Venezuela.
Ao longo da semana Molano afirmara que informações do serviço de inteligência da Colômbia davam conta de que Duarte, cujo verdadeiro nome era Miguel Botanche Santanilla, foi abatido em confronto com narcotraficantes e terroristas no estado venezuelano de Zulia. O guerrilheiro havia sido expulso das Farc em 2016 após de opor a um acordo de paz entre o grupo e o governo federal para dar fim a décadas de conflito.
Em entrevista para o primeiro balanço sobre o dia de votações no país, o ministro da Defesa declarou que, em uma das explosões, um soldado da Força Pública ficou ferido, mas disse que o processo eleitoral segue normal em todo o país e sem reflexos no andamento da votação. “São três episódios independentes que não afetam o processo eleitoral”, afirmou.
As urnas foram abertas às 8h na Colômbia (10h no horário de Brasília) e estão dispostas em 12.500 mesas de votação em um pleito em que os eleitores, a exemplo do Brasil, estão com os olhos voltados aos rumos da economia. Um levantamento da consultoria YahHass mostra que 28% dos entrevistados apontam este quesito como o principal motivo de preocupação, tema completamente distinto da pauta das últimas eleições, quando o acordo de paz entre as Farc e o governo – o mesmo que Gentil Duarte criticava – dominava os debates dos presidenciáveis.
Lideram as pesquisas de intenção de votos à Presidência da Colômbia o ex-guerrilheiro do M-19 e ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro, favorito, e o ex-prefeito de Medellín Federico ‘Fico’ Gutiérrez. Na véspera da eleição, Petro, que conta com a simpatia de setores da esquerda brasileira, agradeceu ao “apoio” do ex-presidente Lula, líder nas pesquisas nacionais de intenção de votos, e disse que, se eleito, pretende firmar uma parceria com o Brasil para “salvar a selva amazônica”. “Se avizinha uma forte aliança entre Colômbia e Brasil. O primeiro objetivo: salvar a selva amazônica, fundar a bioeconomia no conhecimento científico da diversidade da selva”.