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Em discurso, Xi repreende EUA e diz que China ‘não vai se acovardar’

No 70º aniversário da Guerra da Coreia, onde tropas chinesas e americanas se enfrentaram, Xi diz que 'uma nova guerra deve ser travada'

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 14h44 - Publicado em 23 out 2020, 18h36

O presidente da China, Xi Jinping, fez um alerta velado aos Estados Unidos nesta sexta-feira, 23. Em um discurso no 70º aniversário da Guerra da Coreia, na qual chineses lutaram contra tropas americanas, Xi disse que “chantagem, sanções e pressão máxima não levam a lugar algum”, e que seu país “nunca vai se acovardar diante de ameaças”.

“A China jamais permitirá que qualquer força viole ou separe seu território sagrado”, disse o líder chinês, fazendo referência indireta à política internacional do governo de Donald Trump.

Sem citar o nome do presidente americano, Xi declarou que o “unilateralismo, protecionismo e egoísmo extremo”, assim como “atos arrogantes, hegemônicos e de assédio”, não levam a lugar algum.

Referindo-se à Guerra da Coreia, que durou de 1950 a 1953, em um contexto de Guerra Fria, o líder chinês disse que “devemos falar com os invasores na língua que eles conhecem”. No conflito, a China apoiou o norte, com respaldo da União Soviética, e os Estados Unidos apoiaram o sul.

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“Uma nova guerra deve ser travada para dissuadir a invasão, e a violência deve ser enfrentada com violência. Uma vitória é necessária para ganhar a paz e o respeito”, declarou Xi. É a segunda menção a uma suposta batalha futura. Durante uma visita recente a uma base militar, o presidente da China disse para soldados “se prepararem para uma guerra”.

Xi argumentou, por outro lado, que seu país “não quer expansão” e que “a China está pronta para trabalhar com o mundo”.

“O desenvolvimento pacífico e a cooperação mutuamente benéfica continuam sendo o caminho certo”, reiterou.

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Mesmo sem mencionar diretamente os Estados Unidos, o discurso foi marcado pelas crescentes tensões entre as duas potências mundiais, cujo relacionamento se deteriora há anos. Conflitos gerados por uma guerra comercial, a corrida tecnológica e conflitos ideológicos foram intensificados nos últimos meses pelo aumento das tensões envolvendo Taiwan, de quem os americanos tentam se aproximar.

“A China nunca vai se acovardar diante de ameaças ou será subjugada. Nós, chineses, somos fortes e confiantes, e olhamos para o futuro com a expectativa de rejuvenescer esta nação”, completou, afirmando que o país “não teme a morte sob nenhuma circunstância”.

As declarações foram feitas após a notícia de uma possível transação entre os Estados Unidos e Taiwan, nação insular a leste da China que o país considera parte de seu território. Os americanos negociam a venda de 1,8 bilhão de dólares em armas à ilha.

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Durante o discurso, Xi relembrou que tropas chinesas e norte-coreanas derrotaram seus rivais na Guerra da Coreia, “quebrando o mito da invencibilidade das forças armadas americanas”.

Ele garantiu que a participação da China nessa guerra mostrou seu “compromisso” com a proteção da paz mundial e pediu aos chineses que “promovessem o espírito dessa luta”. O líder nacionalista acrescentou que a liderança do Partido Comunista Chinês (CCP) deve ser “ainda mais forte”, e que o país precisa “manter o caminho certo para seguir em frente”.

(Com EFE)

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