O centro de Londres amanheceu nesta terça-feira, 8, ocupado por centenas de barracas de acampamento. Na Austrália, ativistas se acorrentaram em cruzamentos para bloquear o trânsito, e na França, eles fecharam uma ponte próxima à Câmara Municipal de Paris. O movimento Extinction Rebellion, que demanda ações urgentes contra o aquecimento global, continua os protestos globais pelo segundo dia consecutivo. Só na capital britânica, 531 foram presas desde segunda-feira 7.
Os protestos ocorreram em metrópoles como Paris, Friburgo, Melbourne, Berlim e Nova York e foram, em sua maioria, pacíficos – com direito a mais de 100 pessoas fantasiadas de abelhas em Sidney, Austrália, para enfatizar a ameaça da ação humana aos insetos. Mas as prisões de manifestantes ocorreram sob as mais diversas justificativas, como realização de “atividade não regulamentada de alto risco” e a de “bloqueio de ruas”.
Fundado na Inglaterra no ano passado, o movimento abrange mais de 50 países e quer o compromisso dos países de reduzir a zero as emissões de carbono até 2025. Estes dois dias representam uma das mais significativas demonstrações do grupo: ativistas ingleses se colaram ao prédio do Departamento de Transporte do governo britânico, enquanto policiais tentavam liberar a região central de Londres. A maior ferramenta foi o bloqueio de vias de trânsito. No total, 30.000 britânicos se manifestaram nas ruas, segundo o jornal The Telegraph.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tachou os manifestantes de “grosseiros e não-cooperativos” e “bivaques com cheiro de maconha”, apelando para que parassem de fechar ruas. A intenção do governo é pintá-los como uma massa amorfa de hippies. Mas o grupo Extinction Rebellion vai muito além desse nicho e inclui pessoas de diversas faixas de renda e idades, a exemplo dos 29 presos de Queensland, Austrália, cujas idades variam de 19 a 75 anos.