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Em entrevista ao vivo, Trump não condena rede conspiratória Qanon

Debate tradicional frente a frente foi alterado após presidente não concordar com encontro virtual

Por Da Redação
Atualizado em 16 out 2020, 13h00 - Publicado em 16 out 2020, 10h51

Em vez de debaterem frente a frente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ex-vice-presidente Joe Biden participaram de eventos paralelos em duas emissoras diferentes na noite de quinta-feira, 15.

Ao estilo “Town Hall”, no qual o entrevistado é sabatinado tanto pelo mediador quanto pela audiência, Trump se mostrou combativo frente às perguntas sobre a pandemia de Covid-19, que dominaram a maioria do primeiro bloco do programa de uma hora. Biden, por sua vez, explicou as propostas que pretende implantar.

O segundo debate presencial entre os candidatos à Presidência americana na eleição de 3 de novembro foi cancelado por causa da infecção de Trump pelo novo coronavírus. O presidente também não aceitou um debate virtual com o adversário democrata.

As respectivas entrevistas foram marcadas por questões sobre a pandemia, Suprema Corte, direitos a pessoas transexuais, grupos supremacistas brancos e questões raciais. No quesito audiência, Biden saiu na frente: 6,9 milhões de domicílios assistiram ao ex-vice-presidente ser questionado, enquanto Trump teve a atenção de 6,3 milhões de casas.

No evento da emissora NBC, Trump, otimista, disse que a pandemia estava no fim e enalteceu o trabalho de seu governo. “Fizemos um trabalho fantástico. As vacinas estão chegando e os tratamentos estão chegando”.

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Trump também pôs em duvida, contrariando autoridades médicas e sem apresentar comprovações científicas, a eficácia sobre o uso de máscaras.

Mesmo tendo sido diagnosticado com Covid-19 e internado por um fim de semana em um hospital militar, onde recebeu um tratamento experimental, o mandatário afirmou que ninguém poderia trancá-lo “em um quarto magnífico da Casa Branca”.

A 19 dias das eleições presidenciais, Trump se mostrou irritado e incomodado com as perguntas que lhe fizeram, principalmente sobre o motivo de usar tão pouco a máscara de proteção em público.

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“Sou o presidente, tenho que ver pessoas”, afirmou.

Em seguida, a entrevistadora questionou Trump sobre a rede conspiratória QAnon. O grupo vem sendo classificado por autoridades americanas como uma ameaça de terrorismo interno.

O presidente disse que não conhecia muito sobre o grupo, apenas que “são contra a pedofilia”. E completou: “Vou contar o que sei, conheço a antifa e a esquerda radical”, disse.

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A jornalista rebateu, dizendo que os usuários do QAnon criaram uma teoria conspiratória em que alegam existir uma rede satânica de pedofilia e tráfico sexual. Não existe nenhuma prova de que isso de fato aconteça. “Eu simplesmente não sei nada sobre QAnon”, insistiu o presidente. “Você sabe”, respondeu a repórter. “O que ouvi é que eles são fortemente contra a pedofilia e eu concordo com isso”, concluiu Trump.

Já Biden, que lidera as pesquisas de opinião, respondeu às perguntas dos espectadores em um tom muito mais sereno. Precisamos “escutar o outro”, disse a um eleitor que o questionou sobre a possibilidade de restaurar “a cortesia e a honra” na política americana.

“O que vou fazer, se for eleito presidente, primeiro, e isso não é brincadeira, será chamar os republicanos” para conversar, garantiu o democrata, ao relembrar que, durante os mais de 35 anos como senador, foi conhecido pela capacidade de dialogar com o partido rival.

Quando abordado sobre a pandemia, Biden aproveitou o momento pra criticar a gestão do governo republicano. “Estamos em uma situação em que temos mais de 210.000 mortos, e o que ele faz? Nada”, disse sobre Trump.

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