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Rodada de conversas entre Moscou e Kiev entra em ‘pausa técnica’ até terça

Além de avanços russos significativos à capital, segunda-feira também é marcada por constante bombardeio ao porto de Mariupol, no sul da Ucrânia

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 mar 2022, 11h19 - Publicado em 14 mar 2022, 08h11

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“A comunicação ainda está sendo mantida, mesmo que seja difícil. A razão para o desacordo são sistemas muitos muito diferentes”, disse.

+ Fuga do inferno: o drama dos refugiados da guerra na Ucrânia

De acordo com informações da agência de notícias Reuters, um edifício residencial sofreu um ataque em Kiev na manhã desta segunda-feira, deixando ao menos um morto e 12 feridos. As equipes de resgate afirmaram que o prédio fica na zona norte da capital ucraniana, e que um incêndio foi controlado pelos bombeiros depois de um disparo de artilharia durante a madrugada.

O governo local também afirmou que houve bombardeios contra a fábrica de aviões Antonov, onde duas pessoas morreram, segundo as autoridades ucranianas.

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O fim de semana foi marcado por alarmes de ataque aéreo e, posteriormente, de bombardeio, em Kiev e cidades como Cherkasy, Kharkiv, Lviv e Sumy. Na sexta-feira, as forças russas ampliaram seus ataques ao território ucraniano, atingindo aeroportos no oeste do país e um importante centro industrial no leste.

‘Negociação dura’

Mais cedo, em vídeo, prevendo o que disse ser uma “negociação dura”, o negociador já havia ressaltado as exigências ucranianas, entre elas “cessar-fogo, retirada imediata de tropas e garantias de segurança”.

As exigências de Moscou para encerrar a invasão ao país vizinho, que teve início em 24 de fevereiro, foram explicitadas recentemente quando o porta-voz Dmitry Peskov listou as condições para que a Rússia interrompa suas operações militares na Ucrânia. Em entrevista à agência Reuters, Peskov disse que o Kremlin exige que Kiev encerre sua ação militar, mude sua Constituição para a neutralidade, de modo que o país garanta que jamais irá fazer parte da Otan ou da União Europeia, e reconheça a independência das regiões de Donetsk e Luhansk, além de enxergar a Crimeia como um território russo.

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Moscou chama sua incursão de “operação militar especial” para desarmar a Ucrânia e desalojar líderes que chama de “neonazistas”. Kiev e seus aliados ocidentais dizem que se trata de um pretexto para uma guerra não provocada contra um país democrático de 44 milhões de pessoas.

Na semana passada, autoridades russas e ucranianas se encontraram para a terceira rodada de negociaçõesApós dois encontros na semana passada que renderam entendimentos escassos para proteção de civis, a terceira rodada de conversas terminou com “pequenos desenvolvimentos positivos”, segundo um representante ucraniano. Apesar do tom mais positivo, a implementação de corredores humanitários, que têm objetivo de facilitar a retirada de civis e a entrada de itens básicos como remédios, tem se mostrado difícil em cidades afetadas pela guerra.

Mesmo com avanços para retirada de civis, muitas tentativas de retirada de civis fracassaram ao longo da semana e foram interrompidas por acusações de violações ao cessar-fogo. Em um pronunciamento no domingo, o presidente Volodymyr Zelensky anunciou que aproximadamente 125 mil pessoas já foram retiradas de áreas atingidas por ataques russos por meio dos corredores humanitários criados no país.

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No domingo, uma coluna humanitária que se dirigia ao porto de Mariupol, no sul do país, teve que voltar, relatou a agência de notícias AFP, citando autoridades locais, porque russos “não pararam de atirar”.

A Rússia acusa nacionalistas ucranianos de impedir a saída de civis de regiões combinadas, usando a população como ‘escudo humano’. Autoridades ucranianas, por sua vez, disseram que a retirada de civis sofreu adiamentos porque russos não estariam respeitando a trégua.

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