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Em meio a tensões, Kissinger é recebido ‘calorosamente’ na China

Ex-secretário de Estado americano se encontrou com ministro de Defesa chinês, que há um mês recusou reunião com contraparte dos EUA

Por Da Redação
19 jul 2023, 14h56
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  • Hoje com 100 anos, o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger, notoriamente conhecido por pressionar os Estados Unidos a adotar uma abordagem mais conciliatória com a China na década de 1970, fez uma visita surpresa a Pequim na terça-feira, 18, reunindo-se com o principal diplomata da China e com o ministro da Defesa chinês.

    A recepção dada a Kissinger foi mais calorosa do que aquela dada para as atuais autoridades americanas em suas visitas ao país na tentativa de estabilizar relações.

    “O doutor fez contribuições históricas para quebrar o gelo nas relações China-EUA e desempenhou um papel insubstituível no aprimoramento do entendimento entre os dois países”, disse Wang Yi, diplomata mais importante da China. “A política americana em relação à China precisa de sabedoria diplomática ao estilo de Kissinger e bravura política ao estilo de Nixon”.

    Kissinger também se encontrou com o ministro de Defesa chinês, Li Shangfu. No mês passado, a China recusou um encontro de Li com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, à medida que o ministro chinês é sancionado pela Casa Branca.

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    “Pessoas de todos os países esperam que a China e os EUA desempenhem um papel de liderança. O caminho do desenvolvimento pacífico que a China está trilhando é uma benção para o mundo, não um desastre. Os EUA devem fazer um julgamento estratégico correto. O futuro do nosso mundo só vai ser melhor quando quando os países emergentes e os países em desenvolvimento viverem em paz e se desenvolverem juntos”, disse Li. “Algumas pessoas nos EUA não encontraram a China no meio do caminho, fazendo com que as relações sino-americanas pairassem no ponto mais baixo. A realidade da interdependência dos dois países foi ignorada, a história de cooperação vitoriosa foi distorcida e a atmosfera de cooperação foi destruída.”

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    Por outro lado, Kissinger disse que estava no país como um “amigo da China” e acreditava que os dois países deveriam “eliminar mal entendidos, coexistir pacificamente e evitar confrontos”.

    “A história e a prática provaram que nem os EUA nem a China podem se dar ao luxo de tratar o outro como adversário. Se os dois entrarem em guerra, isso não vai levar a nenhum resultado significativo aos dois povos”, afirmou Kissinger.

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    Enquanto Kissinger e Li se encontravam, o enviado especial para o clima do presidente Joe Biden também se encontrava com autoridades na capital chinesa. O atual secretário de Estado, Anthony Blinken, e a secretária do tesouro, Janet Yellen, também estiveram em Pequim para reuniões recentemente.

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    Não ficou claro se Kissinger vai se encontrar com outras autoridades chinesas, incluindo o presidente Xi Jinping. Em 2019, Kissinger e Xi se encontraram em Pequim e o líder chinês afirmou que gostaria de contribuir e promover para a melhora das relações sino-americanas.

    No final de junho, os Estados Unidos aprovaram duas potenciais vendas de armas totalizando US$ 440 milhões, cerca de R$ 2,1 bilhões, para Taiwan, irritando Pequim, em  meio ao aumento de tensões entre os países.

    No mês passado, o ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, destacou que é imperativo estabilizar as relações entre China e Estados Unidos, após uma série de “palavras e ações errôneas” tensionarem os laços entre os países. Em uma reunião com o embaixador americano em Pequim, Nicholas Burns, Qin enfatizou que os Estados Unidos precisam corrigir a maneira de lidar com a questão de Taiwan e impedir o esvaziamento da política de China única.

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    Embora a tensão entre as duas superpotências tenha diminuído relativamente no ano passado, quando Joe Biden e Xi Jinping se encontram em uma cúpula do G20 e prometeram um diálogo mais frequente, tensões voltaram a crescer em fevereiro quando um balão chinês surgiu no espaço aéreo americano.

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