Em menos de um dia, rio Sena volta a ser proibido para banho por risco de contaminação
Esperava-se que um quarto local de natação, no 10º arrondissement, fosse inaugurado neste final de semana

Um dia após o sinal verde, nadar no rio Sena, em Paris, voltou a ser proibido neste domingo, 6, devido ao mau tempo. Na véspera, moradores e turistas puderam mergulhar em três áreas ao longo do rio — um dos legados dos Jogos Olímpicos de Paris, quando atletas de triatlo e maratona aquática nadaram no Sena pela primeira vez em 100 anos. Esperava-se que um quarto local de banho, no 10º arrondissement, fosse inaugurado neste final de semana, mas o céu fechado adiou os planos.
“Devido ao nível de precipitação registrado, que compromete a qualidade da água, lamentamos ter que cancelar o banho planejado para hoje no Canal Saint-Martin, das 13h às 17h”, anunciou a Prefeitura de Paris.
Viabilizado por um investimento de 1,4 bilhão de euros (cerca de R$ 8,1 bilhões), o plano de reabilitação do Sena incluiu a construção de estações de tratamento de esgoto, um reservatório gigante para conter águas contaminadas em dias de chuva e a exigência de que todos os barcos residenciais se conectassem à rede de esgoto. Casas ao norte de Paris também tiveram seus sistemas redirecionados para estações de tratamento adequadas.
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Monitoramento constante
O rio é monitorado diariamente, com amostras enviadas ao laboratório Eau de Paris, para garantir que as águas não estejam contaminadas pelas bactérias fecais E.coli e Enterococcus — vindas do sistema de esgoto parisiense, datado do século XIV. Mas nem todos estão convencidos. Especialistas alertam para limitações nos métodos de análise de qualidade da água e variabilidade nos níveis de bactéria, o que poderia esconder riscos.
“O problema não é permanente, mas há dias em que a água não está boa para banho”, adiantou Dan Angelescu, CEO da empresa de monitoramento Fluidion, antes da reabertura do Sena.
Apesar do receio, os moradores da Cidade Luz gostaram da novidade. À agência de vídeos Viory, um deles opinou que o “fato de que amostras são coletadas todos os dias e de que o banho é permitido ou proibido com base nesses testes é bastante tranquilizador”.
Outro parisiense também foi otimista, afirmando que espera que “o número de visitantes justifique o investimento, mas tudo o que ajuda as pessoas a se divertirem e aproveitarem esta cidade excepcional é positivo”. Os relatos de quem caiu de cabeça são, sobretudo, positivos.
“A água está quente. Não notei nenhuma diferença em relação a um rio, ao mar ou a um lago onde costumo nadar, então acho ótimo oferecer isso aos parisienses que não têm a oportunidade de sair da cidade para se refrescar quando está calor”, contou um morador à Viory.