Sob escrutínio público desde a morte do médico Li Wenliang, primeiro a reportar os casos de coronavírus e censurado pelo seu governo, o presidente da China, Xi Jinping, realizou nesta segunda-feira, 10, uma visita a bairros e hospitais de Pequim. Nesta segunda aparição pública desde o início da epidemia, em dezembro, Xi mostrou-se em plena supervisão dos esforços de contenção da epidemia que já matou 908 pessoas no país e contaminou mais de 40.000 em todo o mundo.
A última vez que Xi apareceu em público foi na semana passada, durante uma visita ao Camboja. Desta vez, a imprensa estatal chinesa divulgou vídeos do presidente acenando para os moradores de um prédio residencia de Pequim e dentro de um hospital local, onde fez uma vídeo conferência com os médicos que estão trabalhando em Wuhan, epicentro da epidemia.
Segundo agência de notícias estatal Xinhua, o objetivo do presidente é estar na “linha de frente” dos esforços de Pequim em conter a disseminação do coronavírus e assegurar que o suprimento de necessidades básicas estejam sendo entregues.
Sua visita também ocorre no dia seguinte do registro da morte de 97 pessoas vítimas do coronavírus. A epidemia forçou o governo a colocar dezenas de cidades em quarentena e a adotar outras medidas restritivas, como a interrupção do transporte publico, para tentar conter a disseminação do vírus. O governo central também construiu dois hospitais em tempo recorde para tratar dos doentes na província de Hubei.
Apesar das acusações de censura e de postergação do anúncio da epidemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elogiou as medidas adotadas pelo governo chinês. Alertou, porém, que os atuais números de mortos e enfermos pode ser apenas “a ponta do iceberg”. Somente na China há mais de 140.000 casos suspeitos. Ao redor do mundo, foram confirmados 390 casos de coronavírus.
Um cruzeiro aportado em Hong Kong com 3.700 pessoas a bordo ficou de quarentena por cinco dias. De todos os passageiros e tripulantes, 130 foram diagnosticados com o coronavírus e seguem internados.
(Com AFP)