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Na França, atos dos coletes amarelos acabam com 1.385 detidos

Cerca de 10.000 pessoas participaram dos protestos em Paris e 125.000 em todo o país; há ao menos 71 feridos

Por Da redação
Atualizado em 8 dez 2018, 21h05 - Publicado em 8 dez 2018, 10h32
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  • Confrontos entre manifestantes e policiais explodiram neste sábado, 8, durante os protestos dos “coletes amarelos” na França. Segundo o jornal Le Monde, ao menos 1.385 pessoas foram presas em todo o país.

    Ao menos 135 pessoas ficaram feridas, incluindo 17 membros das forças de segurança. Somente em Paris, a prefeitura afirma que 920 pessoas foram detidas em meio aos confrontos.

    As autoridades locais acreditam que cerca de 10.000 pessoas participaram dos protestos na capital, e cerca de 125.000 em toda a França. Apesar de grande, a participação nos protestos deste sábado ainda foi menor do que no final de semana passado. 

    Segundo a polícia, grande parte dos manifestantes presos fazia parte de grupos suscetíveis a protagonizar atos de violência ou carregavam objetos que podiam ser utilizados para esse fim. Eles não necessariamente ficarão sob custódia, uma vez realizadas as verificações pertinentes.

    Pela manhã, a polícia usou gás lacrimogêneo para tentar conter manifestantes em uma rua adjacente à famosa avenida Champs-Élysées, perto do Arco do Triunfo. Alguns manifestantes responderam lançando rojões.

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    Outros tentaram incendiar a fachada da Drugstore Publicis, um estabelecimento comercial de luxo situado na avenida. Alguns manifestantes conseguiram entrar na loja até serem expulsos pela polícia, que recorreu a gás lacrimogêneo. Uma mulher foi ferida na cabeça.

    Já no início da noite, a situação na região se acalmou, mas os arredores da Champs-Élysées permanecem muito policiados.

    Na capital francesa, a Torre Eiffel, o museu do Louvre e quase todas as lojas estão fechadas. Suas entradas e vitrines foram protegidas com painéis de madeira para evitar saques e quebra-quebra.

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    Foram registrados incidentes também na região da estação de metrô de Strasbourg-Saint-Denis, nos arredores de Paris, onde manifestantes colocaram fogo em latas de lixos.

    Perto do Centro Pompidou, um museu de arte moderna, os blindados neutralizaram uma barricada. Uma imagem nunca vista na Cidade-Luz.

    Em Bordeaux e em Toulouse, duas cidades no sudoeste da França, confrontos entre manifestantes e policiais também explodiram.

    Manifestantes lançaram coquetéis molotov durante protestos na praça da prefeitura de Bordeaux. Os agentes usaram várias vezes gás lacrimogêneo contra os elementos que incendiaram barricadas e lançaram pedras.

    Em Toulouse, a polícia tentava manter milhares de manifestantes fora do centro da cidade. A multidão lançou pedras e garrafas nas lojas, que haviam fechado as portas mais cedo. A força da ordem responderam com gás.

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    O movimento

    O movimento dos “coletes amarelos” começou como resposta a um plano do governo de elevar taxas de combustível para desestimular o uso de carros e fazer uma transição para energia limpa.

    O governo francês decidiu abandonar o aumento de forma definitiva, mas nada parece aplacar o ímpeto da mobilização. Atualmente, o movimento está cada vez mais heterogêneo e engloba diversas reivindicações.

    Nas ruas, os manifestantes também lutam pelo aumento do valor do salário mínimo e das aposentadorias, além da renúncia do presidente francês Emmanuel Macron. Sindicatos dos caminhoneiros e de agricultores também se juntaram ao movimento, assim como estudantes do Ensino Médio e de universidades.

    Com a popularidade em queda e em meio à pior crise de sua Presidência, Macron se mantém em silêncio. Deve falar com a imprensa na semana que vem.

    Medidas excepcionais

    Em toda França, foram adotadas medidas de segurança excepcionais, sobretudo em Paris, depois que as cenas de guerrilha urbana do último sábado 2 na capital francesa correram o mundo.

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    Cerca de 90.000 policiais estão mobilizados em todo território. Além disso, pela primeira vez em mais de uma década, veem-se na capital veículos blindados da Gendarmeria.

    Todo o oeste de Paris, onde ficam o Palácio do Eliseu (sede da Presidência) e a maioria dos ministérios, estava coberto de azul, a cor das viaturas da polícia.

    As patrulhas bloqueavam o acesso às principais praças da capital, incluindo a da Concorde, um dos extremos da avenida Champs-Élysées, que vai até o Arco do Triunfo.

    Estradas bloqueadas

    No restante do país parece prevalecer a calma, apesar de muitas rodovias estarem bloqueadas. A autoestrada que conecta Paris a Bordeaux (sudoeste) estava totalmente paralisada, depois que mais de 100 pessoas atearam fogo a pedaços de pau e a pneus.

    Na fronteira franco-espanhola, os “coletes amarelos” montaram uma barricada seletiva que bloqueava a passagem dos caminhões procedentes da Espanha, informou a prefeitura dos Pirineus Atlânticos.

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    Em Marselha, 2.000 “coletes amarelos” desfilavam pelo centro desta cidade do sudeste da França.

    “É a primeira vez que me manifesto. Recebo 1.248 euros de aposentadoria, e são meus quatro filhos que têm que me ajudar”, afirma Sylvia Paloma, de 70 anos.

    Em algumas regiões da França, as autoridades proibiram as manifestações, assim como venda e transporte de gasolina, fogos de artifício e produtos inflamáveis, ou químicos.

    Muitos dos “coletes amarelos” protestam sem violência. Há uma semana, porém, os mais radicalizados – sobretudo, membros de grupos de extrema direita e de extrema esquerda – invadiram as manifestações e enfrentaram a polícia.

    (com EFE e AFP)

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