O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participaram de um encontro na Casa Branca nesta segunda-feira (7).
O tema principal da conversa foi o aumento das tensões entre Rússia e Ucrânia, assim como possíveis maneiras de punir o presidente russo, Vladimir Putin, caso ele decida invadir a Ucrânia.
“Se a Rússia fizer a escolha de invadir ainda mais a Ucrânia, estamos prontos em conjunto […] e toda a Otan está pronta”, disse Biden, ao lado de Olaf Scholz.
Este foi o primeiro encontro dos líderes desde que Olaf assumiu o poder, em dezembro do ano passado. O compromisso foi planejado para fortalecer publicamente um elo importante na aliança ocidental, enquanto o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reúne mais de 100.000 soldados perto das fronteiras da Ucrânia.
Os assessores de Biden informaram que uma das maiores preocupações da reunião foi a relutância de Scholz em assinar sanções econômicas punitivas no caso de uma invasão, ou cancelar o gasoduto Nord Stream 2, que levará gás russo para a Alemanha quando finalizado.
Biden, entretanto, não fez críticas ao chanceler alemão. Ele disse que os alemães apoiavam um “pacote forte” de sanções, mas não deu detalhes.
Nas últimas semanas, Biden ameaçou sanções econômicas severas contra o setor financeiro da Rússia e membros do círculo íntimo de Putin. No Nord Stream 2, Biden falou que o projeto não vai adiante caso a Rússia invadisse a Ucrânia.
“Se a Rússia invadir isso significa que tanques e tropas cruzam a fronteira da Ucrânia novamente, então não haverá mais um Nord Stream 2. Vamos acabar com isso”, afirmou Biden.
O Nord Stream 2, um duto de gás natural de 11 bilhões dólares, que está sendo construído entre a Alemanha e a Rússia, e foi atacado por Biden como uma ferramenta coercitiva contra a Ucrânia e outros aliados.
O chanceler alemão, entretanto, não confirmou se concordaria em encerrar o projeto do gasoduto, mas no encontro da segunda-feira disse repetidamente que “estavam absolutamente unidos”.
A Alemanha se recusou a vender armamento ou munição à Ucrânia, citando uma política de longa data de não contribuir para conflitos em andamento. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que pretende levantar a questão com a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.
Na semana passada, a relação entre Washington e Berlim se estremeceu a ponto de o embaixador alemão nos Estados Unidos enviar um aviso de que muitos no país veem a Alemanha como um “parceiro não confiável”.
Biden negou. “Não há necessidade de reconquistar a confiança. Ele tem a total confiança dos Estados Unidos”, disse.
Na próxima semana, Scholz visitará Kiev e Moscou, após uma visita a França.