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Em referendo, Venezuela aprova criação de novo estado em região da Guiana

Segundo autoridades locais, mais de 95% dos eleitores venezuelanos decidiram a favor da anexação de Essequibo

Por Da Redação
Atualizado em 4 dez 2023, 09h19 - Publicado em 4 dez 2023, 06h42

Os eleitores da Venezuela aprovaram, neste domingo, 3, com 95,93% dos votos, as cinco questões feitas pelo governo que dão suporte ao presidente Nicolás Maduro para a criação de um novo estado na região de Essequibo, na Guiana. Deste modo, os venezuelanos rejeitaram a jurisdição da Corte Internacional de Justiça sobre a disputa territorial entre os países.

Na sexta, 1º, o tribunal ordenou que a Venezuela se abstenha de tomar qualquer ação militar contra a Guiana. A CIJ, sediada em Haia, também proibiu o país de realizar o referendo. A área de Essequibo equivale a dois terços da Guiana e é rica em petróleo e fonte de disputa entre as nações vizinhas há anos.

“Informamos ao povo da Venezuela o esmagador número que ultrapassa os 10.554.000 votos, número que aumentará com a prorrogação que foi concedida porque ainda há venezuelanos que exercem o seu voto”, disse o presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Elvis Amoroso, ainda antes do prazo de votação se encerrar, às 22h do horário local (00h em Brasília), já que foi prorrogado por duas horas.

Maduro também celebrou o resultado: “Trata-se de um referendo histórico que colocou a Venezuela de pé e agora é hora de recuperar o que os libertadores nos deixaram”. No domingo, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, classificou o referendo como uma “controvérsia” e ressaltou que “não há nada a temer nas próximas horas, dias e meses”.

Problemas na fronteira

O território de 160 mil quilômetros quadrados ao redor do Rio Essequibo é, em sua maioria, uma selva impenetrável. A Venezuela renovou suas aspirações expansionistas sobre a área nos últimos anos, após a descoberta de petróleo e gás no seu território marítimo.

O tribunal disse em abril que tinha jurisdição sobre o caso, embora uma decisão final possa demorar anos. Porém, Caracas defendeu que a questão fosse resolvida pelos dois países envolvidos na disputa.

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