A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira, 12, o pacote ambiental do governo do presidente Joe Biden, em uma vitória que já era esperada desde domingo, quando o projeto foi aprovado pelo Senado. O projeto é visto como o maior pacote climático da história americana.
O texto aprovado nesta sexta-feira, que agora segue para assinatura do presidente, destina 430 bilhões de dólares ao combate às mudanças climáticas, além de projetos de redução de preços de medicamentos vendidos sob prescrição médica. A votação ocorreu após quase oito horas de sessão, e o pacote recebeu 220 votos a favor, todos de democratas, e 207 contra, todos de republicanos.
“Essa legislação crucial aumenta o poder dos interesses do povo diante dos interesses especiais”, disse a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi. “Esse projeto fará uma diferença tremenda na mesa de jantar das famílias americanas”.
O sucesso da legislação, apesar de estar em uma versão mais enxuta do que o desejado inicialmente, é encarado como a maior chance dos democratas obterem uma vitória na política interna antes das eleições de meio de mandato, em novembro, quando todos os 435 assentos na Câmara e 34 dos 100 assentos no Senado estarão em disputa nas urnas.
O momento da aprovação também é oportuno, à medida que projeções mostram que há grande chance de republicanos tomarem o controle da Câmara e do Senado, impossibilitando Biden de avançar suas pautas durante o restante de seu governo.
“Hoje o povo americano venceu”, disse Biden em publicação em suas redes sociais. Cerca de metade dos americanos apoia a legislação, sendo 69% dos democratas e 34% dos republicanos, de acordo com pesquisa da agência de notícias Reuters realizada no início deste mês.
O programa, anteriormente chamado de Reconstruir Melhor e posteriormente rebatizado como Lei de Redução da Inflação, ajuda a colocar o país no caminho do compromisso de metas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa, incluindo o compromisso de Washington com um corte de até 50% até 2030. Com o projeto, estima-se que, agora, haverá uma redução de até 40% até o fim da década, em comparação com 2005.
A redução se dá por meio do incentivo ao uso de energia elétrica e casas e veículos para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Há também um sistema de taxas e incentivos, no qual empresas serão agraciadas com créditos fiscais no valor de 60 bilhões de dólares para expandir a produção de energia eólica e solar, técnicas de sequestro de carbono e fabricar baterias.
Para financiar todo o projeto, o pacote impõe um imposto federal mínimo de 15% sobre rendimentos de empresas com lucros anuais acima de 1 bilhão de dólares, além de impostos sobre operações no mercado de ações.