O embaixador da Venezuela na Organização das Nações Unidas (ONU), Rafael Ramírez, enviou uma carta ao ministro do Exterior do país, Jorge Arreaza, anunciando a sua renúncia ao cargo que exercia desde janeiro de 2015. Em quatro páginas, o ex-ministro de Hugo Chávez declarou que a sua saída era um “desejo manifesto do presidente” Nicolás Maduro.
Em 19 de novembro, Ramírez publicou um artigo no site de oposição Aporrea.org em que fazia fortes críticas à política econômica de Maduro. O diplomata publicou a carta de renúncia no Twitter e apontou que foi retirado do cargo por suas opiniões. “Permanecerei, aconteça o que acontecer, leal ao Comandante Chávez”.
Rafael Ramírez foi ministro de Minas e Energia no governo Hugo Chávez além de presidente da PDVSA, a importante petrolífera venezuelana. Ele era muito próximo de Chávez, sendo uma das poucas pessoas a estar com o ex-presidente durante seus últimos momentos. Ramírez chegou até mesmo a ser cogitado como sucessor do líder bolivariano, mas perdeu para Nicolás Maduro.
O presidente venezuelano o nomeou como vice-presidente econômico, mas o removeu do cargo assim que a crise do país se agravou, indicando-o então representante do país na ONU.
Casos de corrupção
Na semana passada, a agência Reuters antecipou a saída de Ramírez do cargo de embaixador devido a crescentes denúncias ao Ministério Público de corrupção na PDVSA, algo que o ex-presidente da petrolífera nega que tenha acontecido em sua gestão.
No entanto, o Parlamento calcula que desapareceram 11 milhões de dólares da estatal durante a gestão de Ramirez. No último dia 1 de dezembro, o primo do ex-embaixador e ex-membro do tesouro das PDVSA, Diego Salazar Carreño, foi preso por suspeita de envolvimento em um plano de lavagem de dinheiro em Andorra. Fidel Ramírez, irmão de Rafael, também está sendo investigado por corrupção e lavagem de dinheiro.