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Emir de Dubai é condenado a pagar R$4,2 bilhões em divórcio

Xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum terá que pagar a quantia, recorde em indenizações por divórcio em uma corte londrina, a ex-esposa e aos dois filhos

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 12h35 - Publicado em 21 dez 2021, 17h04

O emir de Dubai, o xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum, foi condenado nesta terça-feira, 21, a pagar mais de 554 milhões de libras, o equivalente a 4,2 bilhões de reais, a sua ex-esposa e aos dois filhos. O valor é um recorde em indenizações por divórcio concedido por uma corte londrina.

Grande parte da quantia será dada à ex-esposa do emir, a princesa Haya Bint al-Hussein, de 47 anos e meia-irmã do rei Abdullah da Jordânia. Os dois filhos do casal, Jalila, de 14 anos, e Zayed, de 9, receberão parte como “segurança vitalícia da família”, segundo o juiz Philip Moor

Segundo o juiz, a finalidade é evitar que as crianças sejam sequestradas pelo próprio pai, e compensar a ex-mulher pelos bens que ela perdeu durante o período conjugal. “Ela não está pedindo uma recompensa para si mesma, a não ser para a segurança”, completa o magistrado. 

Al-Maktoum foi instruído a fazer um único pagamento de 251,5 milhões de libras em três meses para a princesa pela manutenção das mansões britânicas de Haya. Isso serviria para cobrir o dinheiro que ele devia por cavalos de corrida, jóias e seus futuros custos de segurança.

O xeque, que também é vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, também foi instruído a fornecer 3 milhões de libras para a educação de seus filhos. Além disso, foi intimado a pagar 11,2 milhões de libras por ano para os cuidados das crianças e por sua segurança quando se tornassem adultos.

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Esses pagamentos serão garantidos por um título de 290 milhões de libras mantido pelo banco HSBC. Apesar de ser considerada uma das maiores sentenças públicas ordenadas por um tribunal britânico, a soma final é menos da metade dos 1,4 bilhão de libras que a defesa de Haya havia pedido no início do processo judicial.

Durante quase sete horas de testemunho, Haya disse que um único e grande pagamento único permitiria um rompimento limpo e acabaria com o controle do xeque sobre ela e seus filhos. “Eu realmente quero ser livre e quero que eles sejam livres”, disse ela ao tribunal. 

Depois da decisão, um porta-voz do xeque , que é um dos chefes de Estado mais ricos do mundo – com fortuna avaliada em mais de 9 bilhões de dólares –, disse que ele “sempre garantiu o sustento de seus filhos” e pediu que a mídia respeitasse sua privacidade.

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Caso extraconjugal e sequestro

A decisão é o mais recente desenvolvimento de uma longa batalha judicial, que começou em abril de 2019, quando a princesa fugiu para o Reino Unido para um caso extraconjugal com um guarda-costas. Temendo por sua segurança, ela pediu o divórcio um mês depois.

Mais tarde no mesmo ano, um tribunal de Londres decidiu que o xeque orquestrou os sequestros de duas filhas, a princesa Latifa e a princesa Shamsa, e sujeitou Haya a uma campanha de “intimidação”.

Em fevereiro, Latifa chamou atenção internacional depois de revelar detalhes de um suposto cativeiro em uma villa transformada em prisão, em vídeos divulgados pela emissora BBC. Nos vídeos, ela dizia estar presa contra sua vontade por seu próprio pai. Até mesmo o escritório de direitos humanos das Nações Unidas pediu aos Emirados Árabes Unidos provas de que a princesa estava viva.

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Os vídeos de Latifa foram gravados cerca de um ano após sua captura e retorno a Dubai, quando ela tentou escapar do país em 2018. Amigos da princesa afirmaram que ela planejou a fuga por sete anos e arrecadou o equivalente a 1,5 milhão de reais para executar seu plano.

Latifa dizia que se sentia maltratada e oprimida por seu pai e que desejava deixar o país, onde as mulheres ainda são tratadas como inferiores. Antes da fuga, gravou um vídeo para o YouTube em que contava suas intenções de “reivindicar minha própria vida, minha liberdade”. “Não tenho permissão para dirigir, não tenho permissão para viajar ou sair de Dubai”, disse.

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