Empresa americana diz que China pode ter invadido computadores do Vaticano
Relatório sobre suposto ataque cibernético precede encontro para possível renovação de acordo provisório entre Pequim e a Santa Sé
 
                Em um novo capítulo de acusações contra a China por supostos ataques cibernéticos, uma empresa americana afirmou na quarta-feira 29 que hackers ligados ao governo chinês se infiltraram em redes de computadores do Vaticano, incluindo a rede do representante em Hong Kong da Igreja Católica Romana.
Segundo um relatório da empresa de segurança Recorded Future, os ataques começaram em maio deste ano e tinham como alvo principal as comunicações entre o Vaticano e a diocese de Hong Kong. O Vaticano e Pequim devem entrar em conversas neste ano sobre a renovação de um acordo provisório pioneiro, assinado em 2018, que estabilizou as relações entre a China e a Igreja Católica e permitiu operações eclesiásticas no país.
“Nossa pesquisa descobriu uma possível campanha de apoio estatal da China mirando entidades de alto escalão associadas à Igreja Católica antes da possível renovação do acordo provisório China-Vaticano em setembro de 2020”, escreveram analistas da empresa no relatório.
Em entrevista diária à imprensa na quarta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, afirmou que o país é um “firme defensor” da segurança no ambiente digital. Segundo ele, amplas evidências, e não suposições, são necessárias para investigar o caso.
O suposto ataque cibernético segue um raro encontro entre Pequim e o chefe das relações exteriores do Vaticano mais cedo neste ano na Alemanha. A reunião marcou o primeiro encontro de autoridades do alto escalão das duas partes em décadas.
Mais cedo neste mês, autoridades dos Estados Unidos acusaram dois hackers chineses de ataques cibernéticos a terceirizados da área da Defesa e pesquisadores envolvidos com a pandemia do novo coronavírus. Segundo as autoridades, Li Xiaoyu e Dong Jiazhi participaram de uma campanha de ciberespionagem, que já dura anos, e que pode ter roubado informações de remédios e códigos-fonte de softwares.
A acusação também acontece em meio às denúncias de repressão estatal e abusos de direitos humanos contra minorias religiosas do país, incluindo muçulmanos uigures, budistas tibetanos e cristãos.
Na semana passada, autoridades americanas sancionaram diversas empresas por violações de direitos humanos, incluindo “trabalho forçado envolvendo pessoas da etnia uigur e outros grupos minoritários muçulmanos”. O oeste da China tem grande presença de muçulmanos de origem turca e, há anos, a relação do grupo com o governo chinês é conflituosa por apresentar diferenças culturais e religiosas. O Departamento de Estado americano estima que, desde 2015, cerca de 2 milhões de uigures e outras etnias passaram por campos de reeducação, como parte de uma ampla repressão imposta por Pequim.
(Com Reuters)
 
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