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Empresários ligados a advogado pessoal de Donald Trump são presos

Lev Parnas e Igor Fruman são acusados por financiamento ilegal de campanha; os dois teriam ajudado Rudy Giuliani a investigar Joe Biden na Ucrânia

Por Da Redação
Atualizado em 10 out 2019, 13h05 - Publicado em 10 out 2019, 12h35

Dois empresários associados a Rudolph W. Giuliani, advogado pessoal do presidente americano Donald Trump, foram presos na noite desta quarta-feira, 9, acusados de colaborar com esquemas ilegais de financiamento estrangeiro de campanha durante as eleições de 2016 nos Estados Unidos. Lev Parnas e Igor Fruman também são acusados de ajudar Giuliani a investigar o ex-vice-presidente e candidato democrata à Presidência Joe Biden na Ucrânia. Os dois são considerados testemunhas importantes para o processo de impeachment aberto pela Câmara do Deputados contra Trump.

As acusações que levaram à prisão, contudo, se limitam ao caso do financiamento ilegal de campanha. De acordo com o jornal The Washington Post, Parnas e Fruman estão sendo investigados pelo escritório do Departamento de Justiça em Nova York e devem comparecer a uma audiência preliminar que decidirá o futuro do seu caso ainda nesta quinta-feira, 10.

Segundo a acusação, os dois homens e outros envolvidos violaram as “leis federais contra influência estrangeira” com um esquema de transferência de doações internacionais para campanhas de candidatos a cargos federais e estaduais. Os documentos judiciais afirmam ainda que os réus tentavam “comprar influência potencial com os candidatos, campanhas e governos” por meio do esquema.

De acordo com a Justiça americana, Fruman e Parnas planejaram doar dinheiro estrangeiro a um congressista, que não foi identificado pelos autos, ao mesmo tempo em que estavam pedindo ao mesmo político que removesse a embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia do cargo.

Trump é acusado de ter demitido a embaixadora Marie Yovanovitch em maio deste ano, após meses de reclamações de aliados de fora do governo, inclusive de seu advogado pessoal Rudy Giuliani. A reclamação era de que ela estava minando o trabalho dele no exterior ao obstruir esforços para persuadir Kiev a investigar Joe Biden.

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A demissão de Yovanovitch se tornou um foco de interesse na investigação de impeachment contra Trump na Câmara. Segundo a denúncia feita pelo funcionário anônimo que deu origem ao caso, a saída da embaixadora foi um dos fatos que abriram caminho para o suposto abuso de poder de Trump.

Giuliani ainda é acusado de ter atuado diretamente para pressionar as autoridades ucranianas a reabrir a investigação por corrupção contra a empresa de energia Burisma Holdings, ligada ao filho de Joe Biden, Hunter. Em uma ligação telefônica com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em julho passado, Trump pede que o ucraniano investigue se o ex-vice-presidente usou sua influência em 2014 para barrar a investigação que poderia prejudicar seu filho e demitir o procurador-geral que investigava o caso da Burisma, Viktor Shokin. A transcrição da conversa foi publicada pela Casa Branca no final de setembro.

O jornal Kyiv Post, porém, informou que Hunter e Joe Biden não foram investigados na Ucrânia e que os processos criminais abertos na Justiça local envolviam apenas a Burisma e Mykola Zlochevsky. Também publicou que Shokin não participara desses casos e que sua demissão era solicitada por diferentes setores da sociedade por sua obstrução e omissão em investigações de corrupção.

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