As inundações provocadas pelas tempestades no Rio Grande do Sul chegaram à Argentina e ao Uruguai nesta segunda-feira, 13. Após o transbordamento de rios, mais de 500 moradores de Concórdia, província argentina de Entre Ríos, abandonaram suas casas, de acordo com o Centro de Operações local. Por lá, foram ativados protocolos de emergência e iniciadas operações de resgate. No Uruguai, cerca de 400 pessoas foram evacuadas.
Os 547 desabrigados argentinos pertencem a 159 famílias. A maioria são pessoas adultas, com 122 menores de idade. Eles foram transferidos para residências particulares. Em Concórdia, os bairros Nobel e Vélez Sarsfield foram os mais atingidos. O presidente da Câmara municipal, Francisco Azcué, afirmou nesta segunda-feira que o município tem “capacidade técnica e recursos humanos” para gerir o problema, mas que a situação era, de fato, “muito difícil”.
“Há uma série de variáveis que influenciam o fluxo de água que vem do norte para cá. Temos a poucos quilômetros de distância a barragem de Salto Grande, que contém água até certo limite”, disse ele à rádio Mitre. “Mas em algum momento ele não consegue mais conter a água e tem que fazer manobras para que a abertura das comportas e o fluxo de água que sai da barragem tenham o menor impacto possível.”
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Cheias no rio Uruguai
Os alagamentos foram provocados pelas cheias do Lago Guaíba, no Rio Grande do Sul, e do rio Uruguai, que corta os três países. Acredita-se que o último atingirá a altura de 14 metros nas próximas horas e permanecerá em escalada até a quinta-feira. Parte dos habitantes das cidades ribeirinhas argentinas de Santo Tomé, onde o rio Uruguai ultrapassou 15 metros, e Paso de los Libres também tiveram de deixar suas casas.
Em Santo Tomé, a água fluvial aumenta “um centímetro por segundo”, disse a Defesa Civil local. Ao todo, 191 pessoas, 111 adultos e 80 menores, deixaram suas casas na região, sendo levadas para clubes e igrejas próximos. O último boletim do Sistema Nacional de Emergências (Sinae) do Uruguai, por sua vez, indicou que 9 das 19 províncias do país tiveram moradores deslocados. Entre os que permaneceram em seus lares, mais de 3,2 mil pessoas ficaram sem energia elétrica em razão das enchentes.