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Entenda como ‘câncer do 11 de setembro’ já vitima mais pessoas que o próprio atentado

Exposição grave a toxinas no dia do ataque coloca socorristas e sobreviventes em risco de doenças graves

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 set 2025, 14h38

Um dos momentos mais trágicos da história dos Estados Unidos, o atentado de 11 de setembro, quando terroristas da Al-Qaeda sequestraram aviões e atingiram as Torres Gêmeas, deixou um legado invisível que continua ceifando vivas. Dados recentes do Programa de Saúde do World Trade Center (WTC), obtidos pelo jornal New York Post, mostram que o número de pessoas diagnosticadas com cânceres relacionados ao ataque superou o número de vítimas fatais do evento.

Até hoje, foram registrados 2.977 mortos no atentado — alguns deles identificados apenas recentemente. Já o número de socorristas e sobreviventes que desenvolveram cânceres ligados ao 11 de setembro chegou a 48.579, um disparo de 143% nos últimos cinco anos, segundo o Programa de Saúde do World Trade Center. O aumento nos casos se relaciona, em parte, ao envelhecimento da população afetada, com muitos na faixa dos 50 e 60 anos de idade.

Câncer de pele, próstata e mama lideram a lista, seguidos por melanoma, linfoma, leucemia e cânceres de tireoide, rim, pulmão e bexiga. As doenças são atribuídas à exposição a toxinas liberadas durante o colapso das Torres Gêmeas e no aterro sanitário Fresh Kills, em Staten Island.

Pesquisas mostram que a poeira expelida pelo desabamento das Torres Gêmeas continha amianto, metais pesados, chumbo e produtos químicos tóxicos, como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. A poeira fina continha enormes volumes de gesso e calcita – minerais comumente usados ​​em materiais de construção –, conhecidos por irritar os olhos e os pulmões. A fumaça liberada durante semanas pelo incêndio nos edifícios também carregou partículas ultrafinas de fuligem, combustível de aviação e vapores da queima de plástico e madeira.

O Programa de Saúde do WTC, que oferece gratuitamente exames e tratamento médico para os sobreviventes dos atentados, teve um aumento significativo de novas inscrições desde 2017, sendo 2024 “um ano recorde”, segundo o New York Post. Até 27 de março deste ano, 8.215 dos cerca de 130 mil inscritos no programa faleceram. A causa de morte em cerca de 45% dos casos, ou 3.767 pessoas, foi câncer. Este número também supera as quase 3 mil vítimas fatais do atentado em si.

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“Nós limpamos destroços com ancinhos. Todos diziam que estava tudo bem”, afirmou o policial aposentado John DeVito ai The Post, que trabalhou tanto no Marco Zero quanto no aterro de Fresh Kills na época dos ataques, aos 30 anos de idade. Ele foi diagnosticado com câncer de esôfago em março de 2020 e passou por seis sessões de quimioterapia antes de ter parte do esôfago e estômago removidos.

No início, ninguém usava máscaras de proteção. Quando as autoridades passaram a orientar que socorristas trabalhassem de máscara, outro policial aposentado, Glenn Taraquinose, contou ao The Post que percebeu que “elas ficavam pretas em uma hora”. Ele foi diagnosticado com câncer de próstata em 2020.

Phil Rizzo, um capitão aposentado da Unidade de Serviços de Emergência do Departamento de Correções, relembrou em entrevista ao jornal americano: “Havia tantas cinzas caindo que parecia que estava nevando. Não estávamos preparados. Tínhamos apenas luvas de trabalho e bonés de beisebol.” Em alguns lugares, a poeira e a fuligem atingiram mais de 10 cm de espessura no chão. Nem o interior de edifícios saiu ileso e, embora chuvas fortes tenham sido úteis para lavar a poeira, a qualidade do ar continuou afetada por meses.

Vários socorristas planejam ir a Washington, D.C., capital dos Estados Unidos, nesta semana para pressionar o Congresso a aprovar uma extensão dos atendimentos médicos para doenças relacionadas ao 11 de setembro.

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