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Entrevista: como a guerra da Ucrânia pode salvar Maduro

Economista que foi ministro de Chávez diz que vender petróleo aos EUA muda o jogo na Venenzuela

Por Monica Weinberg Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 mar 2022, 07h00
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  • A notícia de que o governo Joe Biden deixaria de comprar petróleo russo chacoalhou as placas tectônicas da economia mundial e produziu um efeito colateral nos lados de cá do Atlântico: os olhos americanos se voltaram para a Venezuela, país ao qual os Estados Unidos impõem rigoroso embargo econômico em represália às garras antidemocráticas do presidente Nicolás Maduro, a quem nem reconhecem como presidente. No sábado 5, uma missão foi enviada ao Palácio Miraflores para deslanchar negociações com o próprio Maduro, que parou por ora de maldizer os “imperialistas”, como sempre fala, para descrever o encontro como “muito diplomático” – embora nenhum martelo tenha sido batido até agora.

    Observador afiado da cena venezuelana, o economista Victor Alvarez, ex-ministro de Indústria e Comércio na era Hugo Chávez (o criador de Maduro) afirma que, se a Venezuela selar mesmo o acordo com os americanos, o presidente que vem se perpetuando no cargo ao viciar a seu favor o jogo eleitoral – “o pior líder que já tivemos” – vai se dar muito bem. No centro do tabuleiro está a PDVSA, a petrolífera  dilapidada na última década pela explosiva combinação de aparelhamento e a mão pesada de uma política assistencialista que esvaziou o caixa da estatal. Ela chegava a produzir nos anos 2000 mais de 3 milhões de barris por dia, hoje estacionou em 500 000.

    A VEJA, Alvarez explica que, sem as travas das sanções, o petróleo voltaria a fluir, abastecendo ao mesmo tempo a demanda de Biden e as ambições eleitorais de Maduro.

    Com a produção de petróleo em declínio e até importação de gasolina do Irã, a Venezuela tem como vender para os Estados Unidos? Sem as sanções, A Chevron e outras multinacionais voltam a operar em solo venezuelano e são capazes de produzir 1,2 milhão de barris por dia, o que resolve sem sustos a demanda americana.

    Isso alivia a profunda crise no país? Está bem longe de ser a salvação da Venezuela, mas pode ser, sim, a salvação do governo Maduro.

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    Maduro enfrenta resistências internas a uma aproximação com os Estados Unidos? A única coisa que verdadeiramente importa neste governo é sua própria sobrevivência. O que vale é o pragmatismo para se manter de pé e se perpetuar.  

     As sanções à Rússia, aliada de Caracas, são também um baque à Venezuela? Elas tiram oxigênio financeiro de Maduro, uma vez que os bancos russos foram banidos do sistema SWIFT e não é possível receber pagamentos e transferências deles. A Casa Branca, por seu lado, pode amenizar essa perda e assim acabar por afastar a Venezuela de Moscou. Vai depender dos incentivos que Biden está disposto a conceder a Maduro.

    E a China, alinhada com a Venezuela, tem força para mexer as peças desse jogo? Os incentivos chineses podem embaralhar tudo. Maduro navega hoje neste mar de cenários. O fato é em qualquer um deles sai ganhando. É um sobrevivente.

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