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Equador confirma novos sequestros na fronteira com a Colômbia

O anúncio vem dias depois de um grupo dissidente das Farc raptar e assassinar três membros de uma equipe de reportagem de um jornal equatoriano

Por Da redação
17 abr 2018, 14h02

O governo do Equador confirmou nesta terça-feira que dois civis foram sequestrados na fronteira com a Colômbia por dissidentes das já dissolvidas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O anúncio vem dias depois de o mesmo grupo ter raptado e assassinado três membros de uma equipe de reportagem do jornal equatoriano El Comercio.

“Através do canal de comunicação com Guacho (líder dos sequestradores), ontem chegou a nós a informação sobre um novo sequestro de dois cidadãos”, informou ministro do Interior equatoriano, César Navas.

Walter Artízala, ou Guacho, como ficou conhecido, é o líder da Frente Oliver Sinisterra, um grupo dissidente das Farc que há meses semeia o terror na fronteira. Ele anunciou, por meio de um “vídeo de prova de vida”, o sequestro de um homem e uma mulher, que não tiveram seus nomes e nacionalidades divulgadas. O ministro pediu ajuda para que as duas pessoas sejam identificadas.

Esta informação aprofunda o drama em um país ainda comovido pelo assassinato dos jornalistas Javier Ortega, 32 anos, e Paúl Rivas, 45, e do motorista Efraín Segarra, 60, cujos corpos ainda não foram encontrados.

A equipe do jornal El Comercio foi executada em cativeiro após ter sido feita refém em uma zona fronteiriça onde fazia uma reportagem sobre a inusitada violência que atinge o Equador, resultante do tráfico de droga na Colômbia, primeiro produtor mundial de cocaína.

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A Frente Oliver Sinisterra, que se afastou do processo de paz entre o governo colombiano e as Farc, está envolvido no tráfico de drogas, segundo as autoridades. Nesta segunda-feira, o grupo dissidente chegou a suspendeu a entrega dos corpos da equipe de reportagem ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), alegando falta de segurança pelas ações militares em andamento.

“Dê o que pedem”

O breve vídeo, que foi exibido pela imprensa dos dois países nesta terça-feira, mostra um homem e uma mulher de meia idade, algemados e com uma corda no pescoço, enquanto são escoltados por dois homens de costas, armados e com vestimenta militar.

Eles pedem ao presidente equatoriano, Lenín Moreno, que os ajude para que não tenham o mesmo destino dos jornalistas e do motorista assassinados por Guacho.

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“Senhor presidente, por favor, nos ajude, nos dê a mão, para que não aconteça conosco o que aconteceu com os jornalistas. Nós temos filhos, temos família que íamos ver no Equador (…) Dê a eles o que eles querem para que nos soltem e nos deixem livres”, suplica o homem.

O ministro detalhou que o vídeo chegou às autoridades através de um aplicativo de mensagens e que é a primeira vez que Guacho envia uma “prova de vida” diretamente ao governo do Equador.

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Durante o sequestro dos jornalistas, vários meios de comunicação colombianos receberam da Frente Oliver Sinisterra um vídeo com a “prova de vida”, um comunicado anunciado sua morte e fotos que mostravam os três homens mortos por balas.

O minstro classificou as ações do grupo de “jogo macabro” e assegurou que o Equador exercerá toda pressão militar e policial necesaria para recobrar a calma na fronteira, reduto de grupos armados que se financiam com o narcotráfico e outras atividades ilegais.

“Não entendo muito bem as entrelinhas, mas provavelmente há uma mudança de estratégia da organização criminosa. O senhor Guacho não age sozinho, acho que há uma agenda que não conhecemos (…) e justamente na imprevisibilidade de suas ações está sua força”, afirmou Daniel Pontón, analista de segurança do Instituto de Altos Estudos Nacionais (IAEN) do Equador.

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O Equador, que nunca havia sido atingido com tal crueldade pelo narcotráfico, foi alvo desde janeiro de uma série de ataques que deixaram por ora sete mortos e dezenas de feridos.

(Com AFP)

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