Equador libertou todos os agentes reféns em presídios, diz autoridade
Comunicado foi divulgado na madrugada deste sábado pelo órgão local que cuida dos complexos penitenciários; presidente celebrou medida
As forças de segurança do Equador libertaram, na noite deste sábado, 13, todos os agentes penitenciários e funcionários que eram feitos reféns em presídios do país. A informação foi divulgada na madrugada deste domingo pela Snai, a autoridade equatoriana responsável pelas prisões. A medida foi comemorada pelo presidente Daniel Noboa, nas redes sociais. Agora, policiais e militares das Forças Armadas fazem operação em massa para recolher objetos proibidos dos detentos.
O trabalho de libertação dos reféns — nas contas do órgão, foram cerca de 170 pessoas — foi feito também em conjunto pelos agentes de segurança. Os trabalhadores libertados receberam atendimento médico e, segundo a Snai, será aberta uma investigação para identificar os responsáveis pelo caos nos presídios equatorianos. Neste momento, os agentes ocupam os centros penitenciários e tentam desarticular novas tentativas de revolta dos presos.
El Servicio Nacional de Atención Integral a Personas Adultas Privadas de la Libertad y a Adolescentes Infractores informa: pic.twitter.com/8qxKzjY8Sq
— SNAI Ecuador 🇪🇨 (@SNAI_Ec) January 14, 2024
Em seu perfil nas redes sociais, o presidente do Equador celebrou o trabalho das forças de segurança.
“Parabéns ao trabalho patriótico, profissional e corajoso das Forças Armadas, da Polícia Nacional e do SNAI, sob a liderança dos ministros Mónica Palencia e Gian Carlo Loffredo, por conseguirem a libertação do corpo de segurança e vigilância penitenciária e do pessoal administrativo detido no Centros de Privação de Liberdade de Azuay, Cañar, Esmeraldas, Cotopaxi, Tungurahua, El Oro e Loja”, disse Noboa.
Felicitaciones a la labor patriótica, profesional y valiente de las Fuerzas Armadas, Policía Nacional y el SNAI bajo el liderazgo de la ministra @Palencia3Monica y Gian Carlo Loffredo por lograr la liberación del cuerpo de seguridad y vigilancia penitenciario y el personal…
— Daniel Noboa Azin (@DanielNoboaOk) January 14, 2024
Crise de segurança
Em meio a uma crise de segurança, o Equador viveu dias de terror na última semana, desde a invasão de um estúdio de TV estatal, em Guayaquil, por criminosos, durante a apresentação de um programa de notícias de larga audiência. Armados com metralhadoras, granadas e explosivos, mascarados e formando com os dedos símbolos de organizações criminosas, eles renderam a equipe — com exceção dos câmeras, aos quais faziam questão de se exibir.
Atônita e apavorada, a população ouviu ser aquela uma mensagem sobre as consequências de se “mexer com a máfia” — recado dirigido ao estado de emergência decretado um dia antes pelo governo, no esforço para isolar a liderança e combater as diversas gangues que espalham o pânico pelo país.
O estopim para mais essa explosão de violência, situação recorrente no Equador, foi a constatação na manhã de domingo, durante uma revista, da fuga da prisão La Regional, de Guayaquil, de Adolfo Macías, o Fito, chefão da quadrilha Los Choneros (o nome vem de Chone, sua cidade de origem).
Aparentemente, Fito soube por informantes que seria transferido pela segunda vez para a ala de segurança máxima e preferiu deixar de vez a cela onde montara o QG de sua organização — calcula-se que ao menos nove das 36 penitenciárias equatorianas sejam totalmente controladas por criminosos. À notícia da fuga seguiram-se rebeliões, sequestros, explosões e incêndios de carros e tiroteios em várias cidades.