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Ernesto Araújo: ‘Não houve golpe em 1964’

Chanceler se alinha ao presidente Jair Bolsonaro, que orientou os quartéis a celebrar o 31 de março, apesar do pedido de cautela dos generais de seu governo

Por Da Redação
Atualizado em 27 mar 2019, 16h03 - Publicado em 27 mar 2019, 15h17
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  • O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o historicamente reconhecido golpe militar de 1964 não foi um golpe de Estado. “Foi um movimento necessário para que o Brasil não se tornasse uma ditadura, disso não tenho a menor dúvida”, declarou o chanceler durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara dos Deputados, presidida por Eduardo Bolsonaro nesta quarta-feira, 27.

    Araújo respondia a perguntas dos deputados presentes quando deu sua opinião. Alguns dos parlamentares protestaram, e o ministro reiterou sua “leitura da história” sobre a legitimidade do regime estabelecido entre 1964 e 1985. O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) insistiu em questioná-lo se o período posterior ao golpe poderia ser considerado uma ditadura. O chanceler não respondeu. Eduardo Bolsonaro tratou de rapidamente encerrar a discussão.

    Araújo se alinha nessa questão ao presidente Jair Bolsonaro, que, no domingo 24, orientou os quartéis a comemorar no dia 31 de março os 55 anos do golpe, ao qual se refere como “uma data histórica”. Generais da reserva, que integram o primeiro escalão do Executivo, não endossaram as declarações e pediram cautela.

    O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou que “o termo aí, comemoração, na esfera do militar, não é muito o caso”.

    Em um governo que reúne o maior número de militares na Esplanada dos Ministérios desde o período da ditadura, a comemoração da data deixou de ser uma agenda “proibida”. Ainda que sem um decreto ou portaria para formalizá-la, o acontecimento volta ao calendário de comemorações das Forças Armadas após oito anos.

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    A determinação do presidente Bolsonaro gerou repúdio de órgãos ligados à defesa dos direitos do cidadão e medidas para barrar os eventos comemorativos na Justiça. Na terça-feira 26, a Defensoria Pública da União anunciou que ajuizará ação civil pública para impedir que o dia 31 de Março, data de início do movimento golpista, seja comemorado nas unidades militares.

    (Com Estadão Conteúdo) 

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