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Especialistas se surpreendem com mísseis da Coreia do Norte

O regime exibiu dois tipos de projéteis nunca antes mostrados em público no desfile militar deste sábado

Por Da redação
15 abr 2017, 18h34

Especialistas em armamentos se surpreenderam com os mísseis exibidos pela Coreia do Norte em um desfile militar neste sábado. No evento que comemora o 105º aniversário do nascimento de Kim Il-sung, fundador do país, o regime fez desfilar pelo centro de Pyongyang sobre caminhões dois tipos de projéteis nunca antes mostrados em público.

Os projeteis são mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) de combustível sólido. Um deles foi desenvolvido para ser lançado no ar, enquanto o outro é uma versão submarina. Especialistas ainda estão analisando as características destes novos armamentos que, advertem, poderiam ser falsos, já que o regime exibiu em desfiles anteriores maquetes de mísseis ainda em desenvolvimento.

No entanto, se os mísseis ICBM forem verdadeiros podem dar a Coreia do Norte a capacidade de atingir alvos na Europa e até mesmo nos Estados Unidos. Segundo especialistas ouvidos pela rede americana CNN, os mísseis de combustível sólido são perigosíssimos porque podem ser lançados de forma rápida e se escondem mais facilmente de satélites. Além disso, o grande tamanho dos projéteis exibidos por Pyongyang significa que os mísseis podem ter um alcance mais longo do que outros modelos similares.

Escalada de tensão

Acredita-se que o desfile foi uma tática do regime de Kim Jong-un para mostrar seu poderio militar e aumentar a tensão na região, que permanece agitada desde que os Estados Unidos enviaram seu porta-aviões USS Carl Vinson para águas próximas à Coreia do Norte na semana passada.

“O Vinson foi enviado para mandar um recado. A Coreia do Norte respondeu mostrando seus mais novos mísseis, que nunca vimos em um desfile antes”, disse Melissa Hanham, pesquisadora do Centro de Estudos de Não-Proliferação James Martin na Califórnia, à CNN.

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O desfile acontece em um momento de escalada na tensão entre a Coreia do Norte e Estados Unidos. O presidente americano Donald Trump afirmou em sua conta na rede social Twitter nesta semana que a Coreia do Norte “está procurando problema”. “Se a China decidir ajudar seria ótima. Se não, resolveremos o problema sem eles”, escreveu o líder americano na última terça-feira, em referência às recentes ameaças de novos testes nucleares feitas pelo regime norte-coreano.

Logo depois foram divulgadas fotos de satélites que mostram que a base nuclear norte-coreana estaria preparada para um novo teste. Na sexta, a China se posicionou sobre o conflito e advertiu que quem provocar uma guerra na península coreana “deverá assumir suas responsabilidades históricas e pagar o preço”. A declaração é do ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, que também afirmou que “se houver uma guerra, o resultado será uma situação em que todos perdem e ninguém ganha”.

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