Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Esperança desfeita

No Sudão, a junta instalada no poder prometeu uma transição democrática que não veio e, ao que tudo indica, não virá

Por Kátia Mello
Atualizado em 4 jun 2024, 15h55 - Publicado em 14 jun 2019, 07h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A Primavera Árabe, que no passado recente varreu o norte da África destronando ditadores e trazendo ares passageiros de democracia, chegou ao Sudão em dezembro de 2018. Começou com a alta no preço do pão, que exasperou a população, cada vez mais depauperada desde que o país perdeu a porção rica em petróleo, hoje nas mãos do independente Sudão do Sul, e culminou com a queda de Omar al-Bashir, o déspota que passou três décadas no poder e foi repudiado mundialmente pelos crimes contra a humanidade que cometeu. À euforia que tomou as ruas com sua derrocada, porém, seguiu-se nos últimos dias um sanguinolento massacre de civis por forças militares que lotou os hospitais da capital, Cartum. A junta instalada no poder prometeu uma transição democrática, que não veio e, ao que tudo indica, não virá. A expectativa frustrada insuflou os atos de protesto, que têm na linha de frente profissionais liberais (médicos, advogados, professores) empenhados no que chamam de resistência pacífica por mudanças. Sua estratégia consiste principalmente em espalhar barricadas de entulho nas ruas para frear a movimentação das tropas. Até a quinta-feira 13, o balanço do acirramento da violência contabilizava setenta estupros, 700 feridos e 188 mortos, cujos corpos foram lançados no Rio Nilo. Contra todas as evidências, os militares negam participação na chacina, que, segundo eles, teria sido executada por sabotadores da “revolução”. A carnificina foi condenada pela ONU, que exigiu das autoridades do país uma investigação independente. Por ora, deu-se uma trégua entre os militares, enfurnados no quartel-general do Exército, e o povo, que ambiciona uma primavera para valer. A solução do conflito ainda é sonho distante.

    Publicado em VEJA de 19 de junho de 2019, edição nº 2639

    Continua após a publicidade
    carta
    Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
    Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br
    Continua após a publicidade
    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.