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Estado do Mississipi aprova lei para retirar símbolo racista da bandeira

Símbolo do Exército Confederado será retirado por remeter ao passado escravagista dos EUA

Por Da Redação
Atualizado em 29 jun 2020, 12h05 - Publicado em 29 jun 2020, 11h52

O Mississipi aprovou no domingo, 28, um projeto de lei para retirar o símbolo do Exército Confederado da bandeira do estado. Segundo os legisladores, ele representava uma homenagem ao passado escravagista presente no sul dos Estados Unidos. A medida prevê a criação um novo desenho, que será submetido ao voto popular.

O projeto foi aprovado no Senado por 37 votos contra 14, e na Câmara de Representantes por 91 a 23. Como no governo federal, o sistema estadual tem duas casas legislativas.

O senador democrata John Horhn disse que a bandeira não resolveria os efeitos do passado racista do país. “No entanto, é um grande passo no caminho que estamos dando para reconhecer a humanidade e a autoestima que Deus nos deu”, destacou.

Com um longo passado segregacionista, o Mississipi é o último estado da União a adotar estes símbolos em sua bandeira, depois que a Geórgia os eliminou de seu panteão em 2003.

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A cruz azul na diagonal, demarcada por pequenas estrelas brancas com um fundo vermelho representou os estados do sul, durante a Guerra Civil americana (1861-1865). Eles eram contrários à abolição da escravatura defendida pelo norte.

O texto aprovado prevê que uma comissão de nove membros seja responsável pela nova bandeira sem o símbolo contestado, e que inclua a frase In God, We Trust (Confiamos em Deus, em português), para ser submetida a um referendo em novembro. Se a população rejeitar o novo desenho, o Mississipi ficará sem bandeira até que uma nova seja aprovada.

“Esta é a oportunidade de encontrarmos uma bandeira que unifique todos os habitantes do Mississipi, e é isso que vamos fazer”, disse o presidente republicano da Câmara de Representantes, Philip Gunn, aos legisladores, segundo o jornal Clarion Ledger.

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A bandeira faz parte dos símbolos contestados por manifestantes após a morte em 25 de maio do afrodescendente George Floyd por um policial branco. Está no mesmo grupo de estátuas de generais confederados e líderes escravagistas questionados nas grandes manifestações antirracistas que sacodem os Estados Unidos há um mês e incluem derrubadas de monumentos.

Em 2001, o Mississipi votou para manter a bandeira atual, aclamada por seus defensores como um símbolo orgulhoso do patrimônio e da história do sul do país.

O governador republicano Tate Reeves, que tinha tentado evitar o debate, disse no sábado, 27, que sancionaria o projeto de lei uma vez que fosse aprovado. Mas advertiu que trocar a bandeira não acabará com o racismo, nem com as divisões no estado.

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“Unir o estado”, escreveu em sua conta no Twitter, “será mais difícil do que se recuperar dos tornados, mais difícil do que as inundações históricas (…) Inclusive mais difícil do que lutar contra o coronavírus“.

(Com AFP)

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