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Estados Unidos indiciam Julian Assange por espionagem

Preso desde abril, jornalista foi condenado a 50 semanas de prisão, é acusado de assédio sexual na Suécia e responde por espionagem e conspiração nos EUA

Por Vinícius Novelli
Atualizado em 23 Maio 2019, 18h41 - Publicado em 23 Maio 2019, 18h22

O Departamento de Justiça americano indiciou nesta quinta-feira, 23, por espionagem o fundador do WikiLeaks e um dos responsáveis pelo maior vazamento de documentos confidenciais da história, Julian Assange. O jornalista australiano acumulou 18 novas acusações por infringir a Lei de Espionagem. Até o momento, ele era acusado somente de crime de conspiração.

É a primeira vez que um jornalista é indiciado sob a Lei de Espionagem, conjunto de punições à atividade. A iniciativa levanta discussões sobre a liberdade de imprensa tanto nos Estados Unidos porque as informações vazadas por Assange chegaram aos principais meios de comunicação americanos.

As novas acusações dizem que Assange conspirou com Chelsea Manning, ex-analista de inteligência do Exército americano no Iraque, para que ela invadisse os computadores do governo e baixasse, de forma ilegal, milhares de documentos confidenciais. Boa parte foi exposta do site WikiLeaks.

Em nota, o Departamento de Justiça diz que Assange foi cúmplice de Manning ao obter as informações confidenciais com o objetivo de prejudicar os Estados Unidos ou dar vantagens estratégicas para nações estrangeiras. Outra razão para indiciá-lo, segundo o departamento, é que o vazamento de documentos colocou em risco de vida — por não omitir os nomes — cidadãos afegãos e iraquianos, jornalistas, líderes religiosos, ativistas de direitos humanos e dissidentes políticos que, de alguma forma, repassavam informações de inteligência aos americanos.

No Twitter, a conta oficial do WikiLeaks soltou a seguinte nota: “Isso é loucura. É o fim do jornalismo sobre segurança nacional e o fim da primeira emenda”.

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Refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, Assange foi preso pela polícia londrina em abril deste ano. O objetivo de seu refúgio era evitar a extradição para a Suécia, onde ele enfrentaria acusações de estupro. Para Assange, a extradição a Estocolmo seria um movimento para ele ser, depois, enviado aos Estados Unidos.

No mesmo dia de sua prisão, promotores americanos indiciaram Assange por crime de conspiração e pediram sua extradição. Assange permanece em Londres. A Suécia reabriu as acusações de assédio sexual, que estavam arquivadas.

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