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‘Estamos em uma nova corrida espacial’, diz Nasa sobre a China

EUA demonstraram preocupação com o fato dos chineses dominarem áreas ricas em recursos no satélite; Pequim nega e diz que espaço não é campo de batalha

Por Matheus Deccache 2 jan 2023, 16h16

A agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, reconheceu nesta segunda-feira, 2, que o país está participando de uma corrida espacial com a China e alertou que os americanos precisam vigiar para que os chineses não tentem dominar os recursos lunares. 

A fala veio do administrador da agência, Bill Nelson, que é ex-astronauta e senador na Flórida, que disse ainda que o país asiático poderia eventualmente reivindicar as áreas ricas em recursos da Lua.

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‘É um fato: estamos em uma corrida espacial. E é verdade que é melhor ficarmos atentos para que eles não cheguem a um lugar na Lua sob o disfarce de pesquisa científica. E não é impossível que eles digam: ‘Fique longe, estamos aqui, este é o nosso território’, disse Nelson ao portal Politico. 

O ex-astronauta usa como argumento a agressão chinesa sobre as ilhas do Mar do Sul da China, onde Pequim estabeleceu bases militares, como prova de sua ambição, ressaltando ainda que os próximos dois anos serão determinantes para a corrida espacial. 

No ano passado, o programa espacial chinês montou uma estação espacial e designou várias missões para coleta e amostras no satélite. Uma terceira fase do programa, prevista para 2025, prevê a instalação de uma estação de pesquisa lunar autônoma perto do Polo Sul da Lua. 

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Em dezembro, o governo chinês apresentou sua visão para um pouso lunar tripulado, transporte espacial, infraestrutura e governança espacial, além de anunciar o objetivo de pousar astronautas no satélite até o final desta década.

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A Nasa, por sua vez, completou recentemente a primeira fase do projeto Artemis, que tem como objetivo recolocar um ser humano de volta em território lunar. No entanto, apesar das missões futuras estarem sendo projetadas com foco na Lua, os americanos também estão com os olhos voltados para Marte.

Quem também demonstrou preocupação com o avanço chinês foi o alto escalão militar dos Estados Unidos. Em uma visita à Austrália, a tenente-general da Força Espacial, Nina Armagno, disse ser inteiramente possível que a China possa alcançar e ultrapassar os americanos, destacando o que chamou de “enorme progresso em pouquíssimo tempo”.

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Em resposta, Pequim rejeitou as interpretações de Washington e disse que o espaço sideral não é um campo de batalha, acusando os americanos de deturpar os esforços espaciais normais e legítimos dos chineses.

“A China sempre defende o uso pacífico do espaço sideral, se opõe ao armamento e à corrida armamentista no espaço sideral e trabalha ativamente para construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade no domínio espacial”, disse o porta-voz da embaixada do país em Washington, Liu Pengyu.

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