EUA ameaçam Turquia com mais sanções caso pastor não seja libertado
O americano Andrew Brunson foi preso em 2016 sob acusações de espionagem e terrorismo; crise bilateral gerou turbulência nos mercados emergentes
O secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, disse nesta quinta-feira (16) que os Estados Unidos estão prontos para impor mais sanções à Turquia caso o pastor Andrew Brunson, preso e acusado de terrorismo por Ancara, não seja libertado.
“Temos mais do que estamos planejando fazer se eles não o libertarem rapidamente”, disse Mnuchin, durante reunião do gabinete do presidente americano, Donald Trump.
A crise entre Estados Unidos e Turquia, com as sanções de lado a lado, provocou turbulência nos mercados emergentes nos últimos dias. A frágil economia turca sofreu desvalorização brutal em sua moeda, a lira, e essa corrida dos investidores para o dólar respingou nos demais emergentes. No Brasil, o dólar chegou a superar R$ 3,90 e a derrubar os negócios na Bolsa de Valores de São Paulo.
Brunson, natural da Carolina do Norte, foi preso em outubro de 2016 pelas autoridades turcas que o acusam de espionagem e atividades terroristas e de supostamente fazer parte do grupo que tentou dar um golpe contra o presidente Recep Erdogan naquele ano.
Os Estados Unidos e a Turquia elevaram as tarifas de importação de produtos de lado a lado depois que Trump tentou convencer Erdogan a desistir de Brunson, que nega todas as acusações que pesam sobre ele.
“Eles não provaram ser bons amigos”, disse Trump sobre a Turquia durante a reunião de gabinete. “Eles têm um ótimo pastor cristão lá. Ele é um homem inocente”.
“Eles querem manter nosso maravilhoso pastor. Não é justo, não é certo”, acrescentou o presidente.
A disputa sobre Brunson e outros entraves entre Washington e Ancara foram uma das razões pelas quais a lira turca caiu 40% este ano frente ao dólar. Os investidores também se preocupam com a influência de Erdogan sobre a política monetária do seu país.
A lira perdeu um pouco da sua força depois dos comentários de Mnuchin.
(Com AFP e Reuters)