O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu nesta quarta-feira, 20, uma regulamentação considerada a mais ambiciosa da história sobre os novos padrões para o setor automotivo. Com as regras, a Casa Branca quer garantir que a maioria dos novos carros e caminhões leves vendidos no país sejam totalmente elétricos ou híbridos até 2032.
No entanto, mesmo com um recorde de 1,2 milhões de veículos elétricos vendidos no ano passado, esse número equivale a apenas 7,6% do total das vendas de automóveis no país – longe dos 56% almejados pelo governo.
Nessa nova regulamentação, os limites à poluição do escapamento emulam os mesmos padrões rígidos estabelecidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA). De acordo com a agência, acredita-se que mais de 7 milhões de toneladas de emissões de carbono possam ser evitadas com as mudanças, proporcionando quase US$ 100 milhões em benefícios líquidos anuais. Além disso, os Estados Unidos podem arrecadar até US$ 60 milhões com a redução de custo anuais com combustível, manutenção e reparos.
Nova proposta
Seguindo a norma da EPA, que se aplicará aos modelos dos anos de 2027 a 2032, as emissões de gases do efeito estufa vão ser reduzidas significativamente, assim como outros poluentes. Segundo a agência, a regra tem objetivo de “enfrentar a crise climática” ao mesmo tempo que acelera a adoção de tecnologias de veículos mais limpas.
As mudanças em relação à regulamentação do ano passado foram feitas com o objetivo de abordar uma forte oposição da indústria ao crescimento dos carros elétricos, juntamente com a relutância do público em adotar essa nova tecnologia. Com a maioria conservadora na Suprema Corte, a atuação da EPA foi restringida, incluindo a decisão histórica de 2022 que limitou a autoridade da agência para regular emissões de dióxido de carbono (maior fonte individual de emissões de gases com efeito estufa).
Mesmo que as regras reduzam a poluição veicular, porém, ainda é improvável que os Estados Unidos consigam cumprir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, assinado em 2015, que visa limitar o aquecimento do planeta a, no máximo, 2 Cº acima da média de temperatura no período pré-industrial.
Apoio político
Embora o combate às mudanças climáticas seja uma bandeira do governo Biden, o presidente também precisa da cooperação da indústria automobilística e apoio político do setor. O sindicato United Auto Workers, que apoiou sua candidatura, disse ser a favor da transição aos veículos elétricos, mas quer garantir que empregos sejam preservados e que funcionários da indústria recebam salários melhores.
Já os republicanos são grandes críticos do novo padrão ambiental, argumentando que o regulamento dos veículos elétricos representa um passo em direção a um “transição irrealista” pela qual os americanos não podem pagar.