EUA anunciam retirada de mais de um terço de suas tropas do Iraque
Citando êxito do Exército local em conter ameaças, general americano afirmou que presença militar passará de 5.200 para 3.000 soldados até outubro
O general americano Kenneth McKenzie, chefe do comando militar dos Estados Unidos no Oriente Médio, anunciou nesta quarta-feira, 9, que, até outubro, o país irá retirar mais de um terço de sua força militar estacionada atualmente no Iraque.
“Reconhecendo o grande progresso obtido pelas forças iraquianas e em consulta e em coordenação com o governo iraquiano e com nossos parceiros de coalizão, os Estados Unidos decidiram reduzir sua presença militar no Iraque de aproximadamente 5.200 para 3.000 durante o mês de setembro”, afirmou McKenzie em Bagdá.
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Clique e AssineA decisão segue “nossa confiança na maior capacidade das Forças de Segurança iraquianas para operar de forma independente”, completou.
McKenzie insistiu em que Washington continuará apoiando os militares iraquianos na luta contra o grupo Estado Islâmico.
O governo dos Estados Unidos está comprometido com o “objetivo final” de um Iraque no qual as forças locais podem evitar por conta própria um retorno do grupo e assegurar “a soberania do Iraque sem ajuda externa”, destacou.
A saída de tropas americanas do Oriente Médio é uma das promessas do presidente, Donald Trump, desde 2016, ano em que foi eleito. A diminuição do contingente americano no Iraque ocorre cerca de oito meses após a morte do general iraniano Qasem Soleimani por um ataque de drone dos Estados Unidos.
O ataque a Soleimani foi condenado pelo primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi como uma “clara violação dos termos da presença de forças americanas”. Embora nunca tenha sido implementado, o Parlamento iraquiano aprovou um projeto de lei pedindo para o governo cancelar o pedido de ajuda feito à coalizão internacional.
Washington acusa o Irã de apoiar milícias iraquianas que executaram ataques contra suas tropas. Em 2019, a embaixada dos Estados Unidos e comboios de logística foram alvo de dezenas de ataques com mísseis. Pelo menos seis militares morreram: três americanos, um britânico e dois iraquianos.
Em 2003, tropas lideradas pelos EUA invadiram o Iraque para derrubar o então presidente Saddam Hussein e eliminar supostas armas de destruição em massa. Posteriormente foi comprovado que elas não existiam. As tropas deixaram o país em 2011, sob o governo Obama, mas voltaram em 2014 após o Estado Islâmico tomar controle de amplas faixas do país, como parte de uma coalizão internacional com objetivo de treinar e assessorar forças de segurança iraquianas.