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EUA anunciam que vão deixar tratado nuclear firmado com a Rússia

Pacto assinado em 1987 permitiu destruição de milhares de armas americanas e soviéticas e manteve mísseis nucleares fora da Europa por três décadas

Por Da Redação
Atualizado em 1 fev 2019, 14h55 - Publicado em 1 fev 2019, 12h22

O secretário de Estado americano Mike Pompeo anunciou nesta sexta-feira, 1º, a retirada dos Estados Unidos do tratado sobre armas nucleares assinado com a Rússia durante a Guerra Fria. Washington acusa Moscou de violar o pacto.

O Tratado de Armas Nucleares Intermediárias (INF, na sigla em inglês) foi firmado em 1987 com a antiga União Soviética. O acordo permitiu a destruição de milhares de armas americanas e soviéticas e manteve mísseis nucleares fora da Europa por três décadas.

“Os Estados Unidos suspenderão suas obrigações sob o tratado INF em 2 de fevereiro”, o que pode levar à sua retirada completa do acordo dentro de seis meses, disse Pompeo em entrevista coletiva em Washington.

O chefe da diplomacia americana, contudo, afirmou que os Estados Unidos estão dispostos a continuar conversando com a Rússia “sobre a questão do desarmamento”.

Em um comunicado paralelo, o presidente Donald Trump afirmou que o processo de retirada será “concluído em seis meses, a menos que a Rússia o respeite novamente, destruindo todos os mísseis, lançadores e equipamentos que violem o tratado”.

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Trump já havia anunciado sua intenção de deixar o pacto em outubro de 2018. A decisão foi seguida por uma série de troca de ameaças entre os dois lados.

Os americanos afirmam que a Rússia vem violando o tratado desde a construção do míssil de cruzeiro Novator 9M729. Sua posição foi reforçada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que reconheceu que Moscou descumpre os termos com o armamento.

Segundo o pacto, todos os mísseis balísticos e de cruzeiro, nucleares ou convencionais cujo alcance estivesse entre 500 e 5.500 quilômetros deveriam ser eliminados. Os russos, por sua vez, argumentam que o míssil 9M729 tem um alcance de 498 quilômetros, dois a menos que o limite para que seja considerado uma violação.

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Moscou chegou a propor que os Estados Unidos inspecionassem o armamento. Washington, contudo, recusou a oferta e alegou que os Estados Unidos pedem transparência sobre o novo míssil russo há mais de cinco anos e que a Rússia não cooperou.

O INF foi assinado em 1987 entre os então presidente americano Ronald Reagan e o líder da União Soviética Mikhail Gorbachev. O pacto encerrou a crise provocada nos anos 1980 pelo deslocamento dos mísseis SS-20 soviéticos com ogivas nucleares na Europa Oriental e dos mísseis americanos Pershing na Europa Ocidental.

Em meados de janeiro deste ano, os Estados Unidos anunciaram a conclusão da nova estratégia de defesa antimíssil para deter, entre outros, as ameaças de inimigos emergentes. Foi a primeira revisão no sistema antimísseis americano desde 2010.

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A Subsecretária de Estado para Controle de Armas e Assuntos de Segurança Internacional, Andrea L. Thompson, já havia dito que se a Rússia não demonstrasse boa vontade em cooperar, os Estados Unidos poderiam iniciar pesquisas e construir mísseis proibidos pelo INF.

Segundo estimativas feitas pela Federação de Cientistas Americanos (FAS), os Estados Unidos possuem atualmente 6.550 ogivas nucleares, das quais 1.350 estão posicionadas em locais estratégicos, e a Rússia 6.850 ogivas, entre elas 1.444 posicionadas.

(Com AFP e EFE)

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