Uma fonte ligada à inteligência dos Estados Unidos revelou informações confidenciais sobre a guerra na Ucrânia, nesta terça-feira, 12, à agência de notícias Reuters, que indicam que o conflito custou até agora cerca de 315 mil baixas, entre mortos e feridos, ao exército russo. Isso representaria uma perda de 87% do contingente que iniciou o conflito.
Segundo a fonte, o relatório da inteligência americana, que deixou de ser ultrassecreto nesta terça, também avaliou os danos materiais ao longo das batalhas, e indica que 1.300 veículos blindados russos foram destruídos durante os combates, e tiveram que ser substituídos por tanques produzidos na década de 1970.
As perdas de soldados e de equipamentos teriam, segundo o mesmo documento, atrasado em 18 anos a modernização militar da Rússia. Em fevereiro de 2022, o país comandado por Vladimir Putin invadiu a Ucrânia com cerca de 360 mil soldados.
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“Exagero”
As autoridades russas levaram algum tempo para responder às alegações, mas por fim as negaram. O Kremlin afirmou que as estimativas ocidentais são “muito exageradas” e quase sempre subestimam as perdas ucranianas – que Moscou, por sua vez, afirma serem elevadas.
Do outro lado da trincheira, Kiev também trata suas perdas como segredo de Estado, sob a alegação de que revelar números poderia prejudicar seus esforços na guerra. Em uma reportagem do jornal americano The New York Times, publicada em agosto, autoridades dos Estados Unidos afirmaram que o número de mortos na Ucrânia estava próximo de 70 mil.
Recrutamento
Os números desfavoráveis de Moscou, desvelados nesta terça, no entanto, talvez expliquem porque os russos afrouxaram os padrões de recrutamento, chamando detentos condenados e civis mais velhos para lutarem contra os ucranianos.
“A escala das perdas forçou a Rússia a tomar medidas extraordinárias para sustentar a sua capacidade de lutar. A Rússia declarou uma mobilização parcial de 300 mil funcionários no final de 2022 e flexibilizou os padrões para permitir o recrutamento de condenados e civis mais velhos”, disse a fonte de inteligência à Reuters.