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EUA cedem e concordam em enviar foguetes de longo alcance para Ucrânia

Para Joe Biden, armar a Ucrânia com equipamentos mais potentes aumenta sua vantagem nas negociações com a Rússia; Moscou acusa EUA de ampliar guerra

Por Da Redação
Atualizado em 1 jun 2022, 12h20 - Publicado em 1 jun 2022, 09h00
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  • O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comunicou nesta quarta-feira, 1, que vai enviar sistemas de foguetes avançados para a Ucrânia, como parte de um novo pacote de 700 milhões de dólares em equipamento militar para ajudar o país a se defender.

    As armas, há muito solicitadas por autoridades ucranianas, servem para atacar atacar o exército inimigo a uma distância maior com mais precisão – mais especificamente, tem alcance de quase 80 quilômetros de distância.

    Anteriormente, os Estados Unidos haviam recusado o pedido por medo de que as armas pudessem ser usadas contra alvos dentro do território da Rússia. Segundo o jornal americano The New York Times, um alto funcionário do governo disse que o sistema de armas – o mais avançado fornecido aos ucranianos até o momento – só foi prometido após garantias dos líderes da Ucrânia de que esse não seria o caso.

    “Não enviaremos à Ucrânia sistemas de foguetes que possam atingir a Rússia”, Biden escreveu em um artigo de opinião no Times nesta quarta-feira.

    O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou isso em uma entrevista para a rede americana Newsmax.

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    “Não estamos interessados ​​no que está acontecendo na Rússia”, disse. “Só estamos interessados ​​em nosso próprio território na Ucrânia.”

    O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que os Estados Unidos estão “direta e intencionalmente adicionando combustível ao fogo” com suas entregas de armas à Ucrânia. Além disso, Peskov disse que Moscou não confia nas declarações de Zelensky.

    Para Biden, os equipamentos mais potentes fortalecem a posição de negociação de Kyiv contra a Rússia, tornando mais provável uma solução diplomática. “É por isso que decidi que forneceremos aos ucranianos sistemas de foguetes e munições mais avançados que permitirão que eles ataquem com mais precisão os principais alvos no campo de batalha na Ucrânia”, escreveu no Times.

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    Contudo, armas mais poderosas podem provocar uma reação da Rússia, arriscando um conflito direto entre os Estados Unidos, com seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e Moscou.

    O novo armamento incluirá o M142 High Mobility Artillery Rocket System (HIMARS), disse um alto funcionário da Casa Branca, sem especificar quantos seriam fornecidos. Os sistemas podem lançar vários mísseis guiados de alta precisão – e são considerados mais precisos do que seus equivalentes russos.

    O anúncio representa um dos compromissos militares mais significativos desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro. Na desgastante batalha pelo Donbas, as forças ucranianas reclamam que não têm poder de fogo.

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    Agora, a Ucrânia deve procurar atingir alvos muito além de seu alcance atual – centros de comando e controle, centros logísticos e os batalhões russos que mantém tropas ucranianas presas em Donbas. Os Estados Unidos esperam que os ucranianos usem as armas na região leste de Donbas, onde podem ser usadas para atacar unidades russas que têm como alvo cidades ucranianas.

    Helicópteros, armas antitanque, veículos táticos e peças de reposição também devem ser incluídos neste pacote de ajuda militar – o 11º dos Estados Unidos. Segundo Biden, o objetivo desses pacotes é chegar a uma Ucrânia “democrática, independente e soberana”, sem expulsar Putin da presidência russa ou buscar um conflito mais amplo com Moscou.

    Abordando diretamente o risco de armas nucleares serem usadas na Ucrânia, Biden escreveu que “atualmente não vemos indicação” de que essa seja a intenção da Rússia – mas alertou que fazê-lo seria inaceitável e traria consigo “graves consequências”.

    Logo após a publicação do artigo de Biden, oficiais militares russos anunciaram que as forças nucleares do país estavam realizando exercícios na região de Ivanovo, perto de Moscou. Os exercícios envolvem cerca de 1.000 funcionários e mais de 100 veículos. Eles consistem em patrulhas, montando sistemas de mísseis e protegendo-os de ataques, mas mísseis não serão lançados.

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