EUA dizem que vão revogar visto de presidente colombiano por participar de ato pró-Palestina
Gustavo Petro discursou para multidão ao lado do cantor Roger Waters nas ruas de Nova York

Os Estados Unidos declararam que vão revogar o visto americano do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, após ele ter participado de um protesto pró-Palestina nas ruas de Nova York na sexta-feira, 26 de setembro. De fora da sede da Organização das Nações Unidas, em Manhattan, Petro discursou para uma multidão ao lado do cantor Roger Waters e pediu para que os soldados americanos desobedecessem às ordens do presidente Donald Trump. “Essa força tem que ser maior que a dos Estados Unidos”, disse o chefe de Estado colombiano.
“É por isso que, daqui, de Nova York, peço a todos os soldados do exército dos Estados Unidos que não apontem suas armas para as pessoas. Desobedeçam às ordens de Trump. Obedeçam às ordens da humanidade”, completou Petro.
O Departamento de Estado dos EUA publicou a medida no X (antigo Twitter): “Revogaremos o visto de Petro devido às suas ações imprudentes e incendiárias”.
Em seu Instagram, Gustavo Petro compartilhou várias imagens do ato. “Em Nova York, juntei-me à manifestação em apoio à liberdade do povo palestino e fui acompanhado pelo meu amigo Roger Waters. Lá, anunciei a apresentação de uma resolução à ONU com a qual procuramos a configuração de um exército da salvação do mundo.”, escreve o político na legenda.
De acordo com informações da agência Reuters, não foi possível confirmar se o presidente colombiano ainda estava nos Estados Unidos.
O governo de Donald Trump vem reprimindo vozes pró-palestinas já que os Estados Unidos são aliados de Israel. Enquanto isso, países como França, Grã-Bretanha, Austrália e Canadá reconheceram um estado palestino.
Israel iniciou sua ofensiva em Gaza após um ataque liderado pelo grupo Hamas em 7 de outubro de 2023 matar cerca de 1.200 pessoas e fazer 251 reféns. Desde então, a campanha militar israelense na região já matou mais de 65.000 palestinos, segundo as autoridades de saúde de Gaza, e deslocou toda a população do estreito enclave.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu discursou na assembleia na sexta-feira, criticando os países ocidentais por adotarem o estado palestino, acusando-os de enviar a mensagem de que “matar judeus compensa”.