Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES 2024

Continua após publicidade

EUA e Reino Unido ordenam retirada de diplomatas do Níger após golpe

Casa Branca diz estar comprometida em restaurar o governo deposto na semana passada; nação africana é importante aliado contra extremistas islâmicos

Por Da Redação
Atualizado em 3 ago 2023, 15h42 - Publicado em 3 ago 2023, 08h43
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Protesters hold an anti-France placard during a demonstration on independence day in Niamey on August 3, 2023. Security concerns built on August 3, 2023 ahead of planned protests in coup-hit Niger, with France demanding safety guarantees for foreign embassies as some Western nations reduced their diplomatic presence. (Photo by AFP)
    Ex-colônia francesa, Níger vê protestos em apoio ao regime golpista com cartazes que clamam: 'França deve partir' (3/8/2023) (AFP/AFP)

    Os Estados Unidos e o Reino Unido ordenaram a retirada de alguns funcionários de suas embaixadas no Níger nesta quinta-feira, 3, em resposta ao golpe da semana passada. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que a Casa Branca está empenhada em restaurar o governo deposto.

    O Níger é um importante aliado de nações ocidentais na luta contra os extremistas islâmicos na região. Potências estrangeiras condenaram o golpe, temendo que ele beneficiasse militantes jihadistas.

    “Dados os desenvolvimentos em andamento no Níger e com muita cautela, o Departamento de Estado está ordenando a saída temporária de funcionários não emergenciais do governo dos Estados Unidos e familiares elegíveis da embaixada americana em Niamey”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado.

    + Paris prepara retirada de franceses e europeus do Níger após golpe militar

    O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido também reduziu temporariamente o número de funcionários da embaixada “devido à situação de segurança”.

    Blinken disse ao presidente deposto do Níger, Mohamed Bazoum, em um telefonema na quarta-feira 2 que os Estados Unidos continuam comprometidos com a restauração do governo democraticamente eleito. Enquanto isso, Miller garantiu que a Casa Branca permanece “diplomaticamente engajada nos níveis mais altos” com o Níger, acrescentando que a embaixada permanece aberta para serviços de emergência limitados a cidadãos americanos.

    Na noite de quarta-feira, o autodeclarado novo líder do país, o general Abdourahamane Tchiani, disse que a junta não iria devolver o poder a Bazoum, apesar da pressão dos países vizinhos. A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas) impôs sanções ao Níger e disse que poderia autorizar o uso da força se os líderes do golpe não restaurarem o governo dentro de uma semana a contar do domingo passado, 30 de julho. O bloco enviou uma delegação a Niamey na quarta-feira para negociar com os golpistas.

    Continua após a publicidade

    + Militares golpistas do Níger acusam França de planejar ataques ao país

    Num discurso televisionado, Tchiani disse que a junta “rejeita totalmente essas sanções e se recusa a ceder a quaisquer ameaças, venham elas de onde vierem”.

    “Apelamos ao povo do Níger como um todo e à sua unidade para derrotar todos aqueles que querem infligir sofrimento indescritível às nossas populações trabalhadoras e desestabilizar o nosso país”, disse Tchiani.

    Continua após a publicidade

    A Ecowas tem lutado para conter um retrocesso democrático na África Ocidental e prometeu que golpes não seriam mais tolerados após as tomadas de poder por militares em Mali, Burkina Faso e Guiné, além de uma tentativa de golpe na Guiné-Bissau, nos últimos dois anos.

    “A opção militar é a última opção sobre a mesa, o último recurso, mas temos que nos preparar para a eventualidade”, disse Abdel-Fatau Musah, comissário da Ecowas para assuntos políticos, paz e segurança. “Há uma necessidade de demonstrar que não podemos apenas latir, mas podemos morder.”

    O Ministério das Relações Exteriores da França pediu à nova junta do Níger para “garantir totalmente” a segurança de sua embaixada em Niamey antes de protestos planejados na capital nesta quinta-feira, acrescentando que essas são “obrigações sob o direito internacional, especialmente sob a Convenção de Viena”.

    Continua após a publicidade

    + Comando militar do Níger declara apoio a golpe após detenção de presidente

    O golpe desencadeou protestos contra a França – ex-governante colonial do Níger e tradicional aliado – e Paris retirou seus cidadãos do país africano na terça-feira 1º, após uma manifestação violenta fora de sua embaixada. Durante o protesto, uma multidão entoando cânticos anti-França quebrou as janelas do edifício. Quase 1.000 pessoas – franceses e outros cidadãos europeus – foram levadas para território francês na operação.

    A Itália também começou a retirar civis europeus da nação na terça-feira.

    Continua após a publicidade

    Tchiani, ex-chefe da guarda presidencial de Bazoum, deteve o então presidente em seu próprio palácio na semana passada e depois se declarou chefe de Estado. Mali e Burkina Faso, os outros regimes militares da região, declararam que qualquer intervenção de Exércitos estrangeiros no Níger seria considerada uma declaração de guerra contra eles.

    Na quarta-feira, o Banco Mundial suspendeu os desembolsos ao Níger, exceto para parcerias com o setor privado, em mais um golpe aos líderes militares. O país tem uma das maiores carteiras do Banco Mundial na África, totalizando US$ 4,5 bilhões cobrindo os setores prioritários do país, e recebeu US$ 600 milhões em apoio orçamentário direto do órgão entre 2022 e 2023.

    França, Estados Unidos, Alemanha e Itália têm soldados no Níger em missões de treinamento, ajudando o Exército local a combater grupos ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico. Há cerca de 1.100 soldados americanos no Níger. Até agora, não houve anúncio de retirada dos militares estrangeiros.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.