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EUA e Talibã iniciam conversas diretas sobre paz no Afeganistão

Encontro no Qatar, na semana passada, não envolveu representantes do governo afegão, como na tentativa fracassada de negociação em 2013

Por Da Redação
Atualizado em 1 ago 2018, 19h03 - Publicado em 1 ago 2018, 18h23
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  • Comandantes do grupo extremista Talibã se reuniram secretamente com diplomatas americanos na semana passada em Doha, no Qatar, para discutir um possível processo de paz no Afeganistão, segundo a rede de televisão BBC. A guerra no país perdura há 17 anos.

    A equipe dos Estados Unidos foi liderada pela vice-secretária-assistente de Estado, Alice Wells, com quem um dos negociadores do Talibã afirmou ter tido uma “conversa muito importante”, porém, “preliminar”. A proposta do encontro foi de abrir um canal de diálogo entre os dois lados.

    “Nós concordamos em nos reunir novamente em breve para acabar com o conflito por meio do diálogo”, afirmou um dos representantes do Talibã à agência de notícias Reuters.

    A delegação do Talibã teria sido liderada por  Abbas Stanikzai. O Departamento de Estado americano confirmou a presença de Wells no Catar para reuniões com representantes do governo do Afeganistão, mas nada mencionou sobre o encontro da diplomata com os membros do grupo fundamentalista islâmico.

    O Talibã governou o Afeganistão entre 1996 e 2001. Foi derrubado pelos militares americanos, que ocuparam o país logo depois do ataque terrorista de 11 de setembro, da Al Qaeda, em Nova York e Washington. Uma tentativa de negociação entre o governo afegão e os fundamentalistas, mediada pelos Estados Unidos em 2013, não prosperou.

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    A fórmula das conversas diretas entre Washington e o Talibã foi determinada pelo governo de Donald Trump em junho, depois um cessar-fogo de três dias – o mais longo desde o início do conflito. Naquela ocasião, os líderes do grupo fundamentalista deixaram claro que não negociariam a paz se membros do atual governo afegão estivessem à mesa.

    Trump também aprovou a estratégia de acirrar os bombardeios aéreos sobre posições do Talibã como meio de forçar sua liderança a optar pela negociação.  Os ataques de ambos os lados no Afeganistão continuam com a mesma brutalidade. Somente no ano passado, 3.438 civis afegãos foram mortos e outros 7.015 foram feridos por causa do conflitos, segundo a Missão das Nações Unidas de Assistência no Afeganistão (Unama).

     

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