Os Estados Unidos anunciaram a suspensão da emissão de vistos na Turquia neste domingo alegando “medidas de segurança”. A decisão foi seguida horas mais tarde por Ancara, que replicou o comunicado americano praticamente de forma literal, apenas invertendo o nome dos territórios.
“Os fatos recentes forçaram o governo dos Estados Unidos a reavaliar o compromisso do governo da Turquia com a segurança das sedes diplomáticas americanas e seu pessoal”, escreveu a Embaixada americana na Turquia em comunicado divulgado no Twitter. E depois conclui: “Para minimizar o número de visitantes em nossa embaixada e consulados enquanto durar esta avaliação, suspendemos com efeito imediato todos os serviços de vistos, salvo os de imigração, em todas as instalações diplomáticas americanas na Turquia”.
Sem especificar quais seriam esses “fatos recentes”, a medida é vista como uma resposta de Washington à detenção na última semana de um funcionário turco da embaixada dos Estados Unidos em Ancara. Ele é acusado de manter vínculos com antigos responsáveis da polícia turca, que supostamente teriam relações com o movimento de Fethullah Gülen, a quem o governo turco acusa de ser o mentor da tentativa fracassada de um golpe de Estado.
No fim de setembro, o presidente turco Recep Erdogan propôs a Washington uma troca envolvendo Gülen, que reside nos Estados Unidos, por um pastor americano preso na Turquia há quase um ano. Na semana passada, quarenta pessoas foram condenadas à prisão perpétua por tentativa de assassinato de Erdogan em julho de 2016.
Diante da decisão americana, a Turquia aplicou o princípio de reciprocidade e decidiu suspender por tempo indefinido “todos os serviços de vistos, exceto os de imigração, em todas as instalações diplomáticas turcas nos Estados Unidos”. Em comunicado também divulgado pelo Twitter, Ancara alegou que “os fatos recentes forçaram o governo da Turquia a reavaliar o compromisso do governo dos Estados Unidos com a segurança das sedes diplomáticas turcas e seu pessoal”.
Suspensão de vistos
As medidas diplomáticas seguem na esteira da decisão americana de suspender no fim de setembro a emissão de vistos em Cuba em decorrência dos ‘ataques sônicos’ que atingiram pelo menos 22 diplomatas americanos. Washington também reduziu mais da metade da equipe da embaixada em Havana, e, dias depois, anunciou a expulsão de quinze diplomatas cubanos do território americano.