A União Europeia disse nesta segunda-feira, 9, que recebeu informações “confiáveis” de que o Irã transferiu recentemente mísseis balísticos para a Rússia usar na guerra contra a Ucrânia. O Ministério das Relações Exteriores do Irã rejeitou veementemente as acusações, enquanto Moscou não negou explicitamente ter recebido os mísseis.
Na semana passada, meios de comunicação dos EUA já haviam noticiado que o Irã havia entregado os mísseis ao aliado. O jornal americano The Wall Street Journal foi o primeiro a relatar a informação, citando fontes anônimas.
A União Europeia está investigando mais a fundo o caso do envio das armas que, se confirmado, representará uma escalada substancial no apoio do Irã à guerra “ilegal de agressão da Rússia contra a Ucrânia”. “Estamos cientes das informações confiáveis fornecidas pelos aliados sobre a entrega de mísseis balísticos iranianos à Rússia”, disse o porta-voz da UE, Peter Stano.
Stano acrescentou que “a União Europeia responderá rapidamente e em coordenação com parceiros internacionais, incluindo novas e significativas medidas restritivas contra o Irã”, em referência a possíveis sanções econômicas.
O Ocidente vem alertando Teerã sobre a intensificação da parceria de segurança entre a Rússia e o Irã desde o início da invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022. Além disso, a UE já impôs sanções ao país do Oriente Médio por fornecer drones a Moscou.
O que diz o regime dos aiatolás
Durante uma entrevista coletiva semanal, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanani rejeitou “veementemente as alegações sobre o papel do Irã na exportação de armas para um lado da guerra”.
Já o Kremlin, quando questionado nesta segunda-feira especificamente sobre a reportagem do Wall Street Journal, não negou nem confirmou a história.
“Vimos essa reportagem, mas não é sempre que esse tipo de informação é verdadeira”, disse o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov. “O Irã é nosso parceiro importante, estamos desenvolvendo nossas relações comerciais e econômicas, estamos desenvolvendo nossa cooperação e diálogo em todas as áreas possíveis, incluindo as áreas mais sensíveis“, completou.