Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

EUA impõem sanções a militares venezuelanos que reprimiram na fronteira

Comandantes da operação de bloqueio da divisa entre Venezuela e Brasil, que impediram o acesso da ajuda humanitária, estão entre os seis sancionados

Por Da Redação
Atualizado em 1 mar 2019, 17h00 - Publicado em 1 mar 2019, 16h35

Os Estados Unidos impuseram sanções aos principais comandantes militares da Venezuela nesta sexta-feira, 1. Todos se mantêm leais ao ditador Nicolás Maduro, apesar dos apelos da oposição e de várias nações, e estiveram envolvidos na operação para impedir o acesso da ajuda humanitária internacional ao país no último final de semana.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, responsável pela imposição das sanções, referiu-se a Maduro como “ex-presidente”. As sanções consistem no congelamento de todos os ativos dos seis militares nos Estados Unidos e na proibição a entidades do país de realizar negócios ou transações financeiras com eles.

“O bloqueio das fronteiras aos caminhões e navios carregados com ajuda humanitária pelo ex-presidente Nicolás Maduro foi o último exemplo da obstrução armada de seu regime ilegítimo à entrega de comida e suprimentos extremamente necessários com a finalidade de controlar os venezuelanos vulneráveis”, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. “Estamos sancionando membros das forças de segurança de Maduro como resposta à repreensível violência, às trágicas mortes e ao irresponsável incêndio de alimentos e remédios destinados aos venezuelanos enfermos e famintos.”

No comunicado, Mnuchin sublinhou o forte apoio dos Estados Unidos ao autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Advertiu também que o governo americano continuará a impor sanções contra pessoas ainda leais ao ditador que “prolongam o sofrimento das vítimas desta crise humanitária gerada por mãos humanas”.

Entre os alvos das mais recentes sanções estão o comandante-geral da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), major-general Richard Jesus López, o responsável pela divisão de defesa do estado Bolívar, na fronteira do Brasil, Alberto Mirtiliano Bermúdez, e o militar deslocado da região na divisa com a Guiana, o major-general Jesús María Mantilla. Os três respondem pela violência na região de divisa com o Brasil, onde indígenas da comunidade Kumarakapai e habitantes da cidade de Santa Elena do Uairén foram mortos e feridos.

Continua após a publicidade
Fronteira entre Brasil e Venezuela
Membros da Guarda Nacional Bolivariana fazem patrulha na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, na região de Pacaraima (RR) – 25/02/2019 (Nelson Almeida/AFP)

Os responsáveis pela violência na fronteira da Venezuela com a Colômbia, que resultou na morte de cerca de 14 pessoas, também foram sancionados. São eles o comandante da defesa do estado Táchira, José Leonardo Noroño, o comissário chefe da Forças de Ações Especial (Faes) na mesma área, José Miguel Domínguez, e o coronel da GNB e diretor da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), Cristhiam Abelardo Morales.

Esquadrão da morte

Parte integrante da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), a GNB opera como unidade de repressão interna na Venezuela e é responsável por inúmeros crimes contra os direitos humanos. Atua muitas vezes em combinação estratégica com o PNB. As três instituições foram estruturadas durante o governo do ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013. A Faes foi criada pelo regime de Maduro e opera como uma espécie de esquadrão da morte, segundo organizações civis venezuelanas.

Continua após a publicidade

Em comunicado nesta sexta-feira, o Tesouro americano destacou especialmente a ação das Faes nos conflitos nas fronteiras. Segundo o texto, os agentes das Faes surgiram nas fronteiras justamente no momento do anúncio da chegada da ajuda humanitária. A nota informa que as Faes originalmente foram criadas para combater gangues armadas e resgatar vítimas de sequestro, mas acabou usada em operações mortais contra seus opositores.

“Maduro cultivou as Faes para servirem como uma força leal a ele e não ao povo venezuelano nem à Constituição”, menciona o texto. “O regime ilegítimo de Maduro usa as Faes para suprimir manifestações públicas de desafio de membros das forças de segurança, incluindo quando o regime de Maduro prendeu membros da Guarda Nacional, depois de terem jurado lealdade à oposição em janeiro de 2019.”

Este foi o segundo conjunto de sanções contra autoridades da Venezuela desta semana. Na segunda-feira 25, os Estados Unidos atingiram quatro governadores aliados a Maduro. Os Estados Unidos já impuseram sanções contra o próprio Maduro, sua mulher, Cília Flores, e a seus colaboradores mais próximos. A mais efetiva, porém, serão as sanções contra a estatal petrolífera PDVSA, responsável por 97% das receitas do governo, adotada em fevereiro.

(Com Reuters)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.