O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira, 2, sanções contra a Rússia pelo envenenamento e prisão do líder da oposição Alexei Navalny. De acordo com informações oficiais, as restrições afetam a concessão de vistos e as relações econômicas entre os países.
Segundo o jornal americano The New York Times, o Departamento do Tesouro publicará uma lista com os nomes das pessoas sob sanções ainda na terça-feira. Mas nenhuma das sanções é dirigida especificamente ao presidente russo, Vladimir Putin, ou aos chefes de inteligência do país e oligarcas que o apoiam.
A Casa Branca também indicou possuir relatórios que confirmam “com grande confiança” que Navalny foi envenenado por agentes do Serviço de Segurança Federal Russo (FSB, antiga KGB da União Soviética) com o agente químico Novichok.
Estas são as primeiras sanções impostas pelo novo presidente, Joe Biden, que assumiu o poder em 20 de janeiro. Enquanto a maioria dos ex-presidentes americanos buscaram restabelecer relações com a Rússia, o democrata alertou que Putin está levando o país de volta ao autoritarismo e prometeu reprimir violações de direitos humanos pelo governo russo.
Funcionários do governo americano observaram que a medida ressalta a mudança de tom em Washington em relação à administração do ex-presidente Donald Trump.
“Já estamos enviando um sinal claro à Rússia de que há consequências para o uso de armas químicas”, afirmou um funcionário da Casa Branca.
No final de janeiro, durante a primeira conversa telefônica com Putin, os dois acordaram a extensão do acordo de desarmamento nuclear “New START”. Já na ocasião, o americano pediu a libertação do opositor Navalny, segundo a Casa Branca.
As sanções dos Estados Unidos imitaram uma série de ações que a Europa tomou em outubro passado e expandiu nesta segunda-feira 1, quando dirigiu restrições específicas a quatro altos funcionários russos considerados responsáveis pela acusação e prisão de Navalny. Países membros da União Europeia aprovaram a proibições de viagens e o congelamento de ativos como punição.
Segundo pessoas próximas a Biden, a administração está se esforçando para estar “na mesma página” que os países europeus, depois de vários meses sem resposta concreta ao atentado contra o opositor, atualmente preso em território russo.
Contudo, a história sugere que as restrições podem ter pouco efeito. Em 2018, o governo Trump sancionou a Rússia pelo envenenamento de um ex-agente duplo russo que vivia no Reino Unido, Sergei Skripal, e sua filha Yulia, e expulsou dezenas de diplomatas russos.
Nem dois anos depois, a mesma técnica foi usada contra Navalny.
(Com EFE)