A China respondeu à decisão americana de promover um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno com ameaças. “Os Estados Unidos pagarão um preço pelo gesto equivocado”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, nesta terça-feira, 7.
O governo americano anunciou na segunda que não enviará nenhuma representação diplomática ou oficial aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno de Pequim 2022, marcados para o próximo ano. A decisão é atribuída “ao genocídio e aos crimes contra a humanidade que persistem em Xinjiang, assim como outras violações dos direitos humanos” na China.
Até o momento, espera-se que todos os atletas americanos participem das Olimpíadas, apesar da retaliação do goveno de Joe Biden.
“Os atletas da equipe dos EUA têm o nosso total apoio, e nós vamos apoiá-los de casa, mas não vamos contribuir para a fanfarra dos Jogos”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Segundo ela, o boicote diplomático, que já tinha sido antecipado por vários jornais americanos, visa “enviar um sinal claro” de que a situação dos direitos humanos na China, onde há “abusos graves”, não pode ser tratada como “algo normal”.
O governo do país asiático nega a existência desses abusos e reiterou que se trata de uma campanha de difamação. “Os Estados Unidos estão tentando tumultuar os Jogos, com base em seu viés ideológico, mentiras e rumores. Mas, o boicote só fará com que as pessoas no mundo vejam ainda mais claramente suas sinistras intenções e abalará ainda mais sua credibilidade e sua moralidade”, afirmou Zhao.
O jornal oficial do país asiático, Global Times, publicou no Twitter uma mensagem afirmando que a China “respira aliviada” após o anúncio do boicote diplomático de Washington. “Quanto menos funcionários americanos vierem, menos vírus eles trarão”, indicou a publicação, em referência à pandemia da Covid-19.
Os Jogos Olímpicos de Inverno acontecerão em Pequim entre 4 a 20 de fevereiro do ano que vem. Em seguida, entre 4 e 13 de março, acontecerão os Jogos Paralímpicos de Inverno, também na capital chinesa.
Até o momento, o único país que se somou à iniciativa americana de boicote foi a Nova Zelândia, que também não enviará representantes diplomáticos aos eventos.
(Com EFE)